DESERTO NA MINHA RUA
Tudo parece tão deserto.
Sem ar, sem fôlego, sem eco...
Um ânimo de nada.
Só o sofrer da amplidão na luz do infinito,
sem eira, na beira da gota d'água
que escorre sobre meu corpo... o calor
fica a agitar essa emoção
na ação dos sentidos,
ora calmo, ora desnorteado,
deixando encharcada a pele branca
preta, salgada, doce,
sedenta de banho de mar.
Nas esquinas sem perspectivas,
vejo uma cidade noutra cidade
escaldante, nas beiradas da ilusão
de que estamos à beira mar,
a um passo do infinito gasoso.
Fred
Borges (Itabaiana)
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