segunda-feira, 18 de julho de 2011

Recife manhã de chuva




Estive no Recife no sábado (16) com a ideia inicial de lançar meus livros em ambiente gentilmente cedido pelo escritor Erasmo Souto, aproveitando a oportunidade para abraçar aquele itabaianense saudoso. Não deu. Muita chuva. Diria mesmo um dilúvio, circunstância que nos fez cancelar o lançamento.
Recife está sem estrutura para suportar 48 horas de chuvas tempestuosas. A cidade que normalmente já não está muito amena para os moradores, quando chove assim vira um tormento. 

Para ilustrar, cito comentário de leitor do jornalista Samarone Lima sobre o velho e bonito (e fedorento, desordenado, barulhento, sujo e caótico) Recife:   

“Queridos leitores:

Já disse noutra oportunidade que minha biografia é recifense até a medula: maternidade do Português, Colégio Nóbrega (já extinto), Faculdade de Direito do Recife da UFPE, trabalho no bairro do Recife e, agora, espero demore bastante, só falta mesmo o Santo Amaro.

Mas só você mesmo, Sama, pra andar e parar no centro do Recife e ver essa beleza toda. Poeta de verdade…

Primeiro que pra andar é impossível. Quase um campo de guerra. Cadê as calçadas? E os camelôs. E os ônibus e o desrespeito aos pedestres. E a sujeira e o cheiro horríveis.

Segundo que pra parar é um suicídio. Ou você vai ser assaltado ou alguém vai se aproximar e pedir alguma coisa, dinheiro especificamente, ou mesmo pra você comprar algo. Também não sei como parado pode pensar tanta coisa linda, pois o barulho é de fuder o juízo.

De todos modos, sou recifense e amo mesmo essa merda. Daqui somente pro Santo Amaro que é, no final das contas, ficar aqui mesmo.

Mas essa beleza toda somente o nosso querido poeta cearense pode ver…”

NOTA DO BLOG: Tem uma coisa que me enternece no Recife: o amor da torcida do Santa Cruz por este time. Vinte mil pessoas compraram ingressos para assistir o jogo Santa Cruz e Alecrim, em João Pessoa, depois de um dilúvio que interditou estradas, alagou casas e ilhou as duas capitais, no dia de jogo da seleção brasileira. Só as torcidas do Santa Cruz e do Corinthians são capazes de tamanho sacrifício.

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