segunda-feira, 6 de junho de 2011

Incomum, simplório e insignificante





Adjetivos que se aplicam a um joguinho que vi num desses milhões de blogs papalvos da net, semelhantes a este singular símbolo do Lions Club. Seguinte: uma dona achou de brincar com outra dona para ver quem realizava uma ação inédita todo dia, durante um ano. Fazer algo que você jamais praticou. Para sair da mesmice.

Elas anotaram em seus blogs os 365 lances originais em suas vidinhas enjoativas. Uma delas acabou confessando que a ideia foi do terapeuta, psicólogo ou um desses profissionais que ganham a vida estudando e enganando a alma humana. A primeira coisa inédita que uma das meninas fez foi ouvir a “Voz do Brasil” do começo ao fim. A outra inaugurou a série tomando banho nua, à noite, no mar de Copacabana. Em certo dia, uma delas anotou: “o ‘nunca’ de hoje não pode se tornar público”. Imagino o que rolou na cama da dondoca.

Vou parodiar as duas moças donas da ideia, passando a anotar aqui no blog da Toca do Leão uma ação inédita por dia, a partir de hoje. Acompanhe diariamente o relato de minhas ações inéditas neste blog. Você que está sem assunto para alimentar seu blog diariamente, adote a ideia. Não é possível que você passe um dia todo sem executar nem que seja uma ação que nunca efetuou na vida. Vale tudo, até sair de casa sem calcinha, tomar banho de chapéu a la Raul Seixas, usar óculos escuros à noite, apertar a campainha daquele vizinho chato e sair correndo. Fazer coisas que todo mundo possa fazer também.

Hoje inauguro a série dizendo que comecei a ler uma revista chamada Piracema, publicação jamais vista por mim, que chegou ao meu alcance graças à remessa feita pela Funarte de vários livros e revistas para o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. A revista é coisa de primeiro mundo. A edição é de 1994, com artigos selecionados de diversos autores brasileiros, uma apresentação gráfica de dar gosto e importantíssimos temas culturais. Foi no governo do doidinho Itamar Franco. Um alimento riquíssimo para o espírito. Já dizia Mário de Andrade: “cultura também é pão”.

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