A edição impressa do meu jornal “Tribuna do Vale”
parece que vai mesmo se aposentar. Sem capacidade econômica para se manter, e
depois de levar uma “caranha” oficial, o jornaleco falece sem choro nem vela.
Um dia, talvez, renasça das cinzas. Permanecerá aqui na internet.
Como eu sou insistente na mania de publicar
jornalecos, acho que vou lançar um hebdomadário, era assim que se chamavam
antigamente esses jornalzinhos do interior que saíam um mês sim, oito não. A
jornalista Socorro Costa foi uma desbravadora nessa área, em Itabaiana. É histórico seu jornal de festa “O
Gafanhoto”, que saía durante a festa da padroeira contando as novidades
sociais, as fofocas, namoricos e prezepadas da sociedade itabaianense de
outrora. Tendo como inspiração esse
produto de Socorro Costa, vou lançar “O Gafanhoto”, jornal mensal de caráter
popular, irreverente e despojado.
Vai sair em janeiro vindouro, impresso em duas
cores, para circular em Itabaiana e cidades vizinhas. Preparem-se, pois, para a
invasão do gafanhoto, aquela praga bíblica enviada por Deus para por à prova
seu profeta Joel, ou foi Jó. Achando pouco, Deus mandou o pulgão e a lagarta
comer o roçado do pobre Jó, como um grande exército destruidor. Só que o meu
gafanhoto vem a fim de nova colheita, impedindo que sonhos sejam sepultados,
iniciativas estancadas. Quem viver verá e chorará, ou não.
Tou com a imprensa nanica e não abro, mas o
Gafanhoto não vai lutar por um mundo melhor, não vai fazer jornalismo livre,
íntegro, revolucionário nem questionador.
O Gafanhoto só quer comer sua graminha e dar sua risadinha. Vou
contratar um bom repórter que será demitido logo, porque, conforme dizia Millôr
Fernandes, “a função do jornalista é trabalhar para ser demitido”.
A luta segue!
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