sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Vem aí “O Gafanhoto”



Uma das piores pragas da lavoura é a de gafanhoto. Esses insetos comem de tudo em seu caminho. A política também tem seus gafanhotos. Alguns chegaram à era digital e se especializaram em encher os blogs de mentiras e vulgaridades. Ajudados, ora por oposicionistas ressentidos, ora por aliados golpistas, eles voam de cidade em cidade e seu maior intento é devorar a folha de pagamento. Meu gafanhoto será de papel, mas com bloqueio intestinal que o proíbe de devorar “toco” e outros alimentos indigestos.



A edição impressa do meu jornal “Tribuna do Vale” parece que vai mesmo se aposentar. Sem capacidade econômica para se manter, e depois de levar uma “caranha” oficial, o jornaleco falece sem choro nem vela. Um dia, talvez, renasça das cinzas. Permanecerá aqui na internet. 

Como eu sou insistente na mania de publicar jornalecos, acho que vou lançar um hebdomadário, era assim que se chamavam antigamente esses jornalzinhos do interior que saíam um mês sim, oito não. A jornalista Socorro Costa foi uma desbravadora nessa área, em Itabaiana.  É histórico seu jornal de festa “O Gafanhoto”, que saía durante a festa da padroeira contando as novidades sociais, as fofocas, namoricos e prezepadas da sociedade itabaianense de outrora.  Tendo como inspiração esse produto de Socorro Costa, vou lançar “O Gafanhoto”, jornal mensal de caráter popular, irreverente e despojado.

Vai sair em janeiro vindouro, impresso em duas cores, para circular em Itabaiana e cidades vizinhas. Preparem-se, pois, para a invasão do gafanhoto, aquela praga bíblica enviada por Deus para por à prova seu profeta Joel, ou foi Jó. Achando pouco, Deus mandou o pulgão e a lagarta comer o roçado do pobre Jó, como um grande exército destruidor. Só que o meu gafanhoto vem a fim de nova colheita, impedindo que sonhos sejam sepultados, iniciativas estancadas. Quem viver verá e chorará, ou não. 

Tou com a imprensa nanica e não abro, mas o Gafanhoto não vai lutar por um mundo melhor, não vai fazer jornalismo livre, íntegro, revolucionário nem questionador.  O Gafanhoto só quer comer sua graminha e dar sua risadinha. Vou contratar um bom repórter que será demitido logo, porque, conforme dizia Millôr Fernandes, “a função do jornalista é trabalhar para ser demitido”.

A luta segue!

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