Max Robespierre |
O músico é um profissional mal pago e
desprestigiado. “Festa acabada, músicos a pé”, diz um verso de Chico Buarque.
Dida Fialho me conta que em São Paulo os músicos da noite ganham bem, são
servidos com boa comida nos restaurantes e boates, dispõem de som digno. Aqui
em João Pessoa, os equipamentos de som em barzinhos e boates são indecentes, os
músicos trabalham quase de graça, empresários roubam a maior parte do couvert artístico dos caras e dão para
comer pescoço de galinha com pão dormido.
Tenho dois filhos que vivem da música: o
saxofonista Arnaud Neto e o baixista Max Robespierre Mozart. Vivem ralando com
uma banda baile, tocam em shopping e barzinhos. Gostam da profissão. Para
exercer a atividade artística, tiveram que tirar carteirinha de uma tal de Ordem
dos Músicos do Brasil, uma entidade que vive de cobrar taxas absurdas e
inventar empecilhos que dificultam a contratação dos artistas. É mais um
absurdo neste país, o cara ser obrigado a se filiar a uma entidade. Correndo
por fora, tem o ECAD que cobra para você cantar/tocar as músicas dos outros.
Para onde vai o dinheiro, não se sabe. Para o bolso do compositor, muito pouco.
Enfim, ser músico no Brasil é sola.
Outro amigo músico sofre com a dependência
química. Não sucumbiu ainda por causa da música. A música salva, redime,
melhora a saúde, dá sentido a uma vida. É verdade e eu dou fé.
Ontem, 21, foi o aniversário do músico Max
Robespierre Mozart, meu caçula. Até agora estou gostando do produto que leva a
minha marca. Eu, particularmente, queria que ele fosse um bom pedreiro, ou
garçom, fabricante de sorvete, gráfico, motorista ou coveiro, menos músico.
Mas, e sempre tem um porém, “a gente é pra o que nasce”. Músico ganha pouco,
mas se diverte, pensa muita gente. Engano! Trabalha duro, dorme mal, come pior,
ganha uma miséria. Vale viver a vocação, entretanto.
No dia do músico, parabéns aos artistas do
som e ao contrabaixista Max Robespierre Mozart.
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