Coisas
de mãe
A
mãe é pirlimpimpim
Não
tem começo nem fim.
Pode,
entretanto, prover
Um
mundo de bem querer.
O
filho destrambelhado
Constrói
um carma pesado.
Mas
a mãe, com segurança,
Barra
do céu a vingança.
Nessa
ternura contida
Ela
espreita toda a vida.
Mesmo
a insana semente
A
mãe embala contente.
Aos
ternos ouvidos seus
Chegam
as verdades de Deus.
Das
contas de exceder
A
mãe declara entender.
Exceder
ao amor bruto
Em
estado absoluto.
E
mais da mãe eu diria
Se
não fosse sua cria;
Criador
não se mensura
Aos
olhos da criatura.
Fábio Mozart (Do livro "Laranja romã")
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