Este
blog Toca do Leão nasceu em 2007. Tem, portanto, nove anos de informação e
opinião, humor, literatura e o que eu achar que deve ser publicado.
Ultimamente, a Toca tem sofrido queda brutal de leitores. Acho que é por causa
das redes sociais. Leitores de blogues estão migrando para o Facebook, Twitter,
Instagram e outras paradas do mundo cibernético. Isso não tem importância,
porque não vivo de audiência. Faço por satisfação pessoal e, em regra, utilizo
essa ferramenta como uma terapia.
Agradecendo
mais uma vez aos que visitam diariamente esta Toca, quero compartilhar um lance
comunicacional que achei meio mágico, eu que sou da geração das cartas postais
e dos telefonemas inaudíveis. Seguinte: escrevia um folheto sobre o ativista
político e cultural Chico Veneno, da minha cidade Itabaiana do Norte. No
momento mesmo em que estava compondo os versos do cordel, fiz contato via
internet com a viúva do Chico, na Holanda, e suas irmãs na Paraíba. Foi fascinante
trabalhar com as informações que me chegavam, de fontes mais do que fidedignas,
no mesmo tempo em que compunha o trabalho. As meninas corrigiam alguma
informação em tempo real, davam suporte na hora feito caldo de cana. E eu
fiquei pensando em quanto a gente evoluiu nesse quesito comunicação. Só pessoas
como eu, que cheguei a operar um decodificador de aparelho de telegrafia do
século dezenove no começo de minha carreira na estrada de ferro, podem avaliar
a evolução da comunicabilidade humana. Em contrapartida, o pensamento político
retrocede, a estupidez humana vira posts nas redes sociais, com métodos de
guerra civil.
Isso é
outra história que prefiro não comentar muito. E pausa para refletir: a quem
serve realmente esses avanços tecnológicos? Em princípio, aos poetas,
divulgadores de arte, escrevinhadores, sonhadores e para quem quisesse falar
com o mundo inteiro a partir do seu computador Seria a tão sonhada
democratização da comunicação. Entretanto, e sempre tem um porém, a internet
serve mesmo ao grande capital, às corporações que mandam no mundo. E isso é
assustador sob todos os aspectos. O jornalista Plínio Bortolotti resume: a
internet é um instrumento - não uma panaceia - e quem determina como ela vai
funcionar e a quem vai servir, são os de sempre - os que mandam: no mundo
atual, as grandes corporações.
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