O ex-poeta que matou a poesia
Subvivendo de rima
Nessas redes sociais
Um poeta rarefeito
E seu trabalho mordaz
Jogou fogo na corrente
E na parede catarro
Deitou na cama da fama
Qual ídolo de pés de barro
Entronizou seus acrósticos
E lambuzou seus afetos
De mel de furo e coalhada
Para seus filhos e netos
Por não ser santificado
Como um mestre da palavra
De escárnio e maldizer
Aborreceu sua lavra
Acabando a rima fácil
E o peru gratinado
O poeta fim de festa
Se quedou encabulado
Afastou a falsa aura
Queimou seu mais belo hino
Rasgou o bicho com faca
E decretou seu destino
Foi viver com uma bacante
E uma galinha pedrês
Fazendo tábua rasa
Dessa lasciva nudez
F. Mozart
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