Beatriz Libório cria caranguejos |
Há
algum tempo, escrevi uma crônica sobre uma mulher que queria criar caranguejo
de estimação. -
http://fabiomozart.blogspot.com.br/2013/10/como-criar-caranguejo-de-estimacao.html
Hoje,
recebi uma resposta. Trata-se de Beatriz Libório, de Mesquita, Rio de Janeiro.
A mensagem:
“Muito
bom! Amei o texto rs, Hoje adotei pela segunda vez um caranguejo. É uma fêmea,
filhote. Chamei-a de Borboleta! Para confundir mesmo. Aliás, nada melhor do
que a curiosidade junto com a surpresa . Abraço!” – Beatriz Libório.
Vamos
ouvir aqui uns malas que não acreditam em Deus nem no poder da cura pelo amor
aos animais. E ouviremos também uns anjos cuja característica principal é o
zelo com quem pisam nessa terra e o carinho com que respiram esse milagre que
se chama vida. Eu não acredito nas divindades de pedra, cal, aço e ações
malfazejas. Creio no deus discreto que guia as formiguinhas para sua missão na
terra, mesmo que seja a de comer os alimentos da despensa dos monges.
“Sua
atitude é ridícula e sem sentido”, observa severo o mala metido a
pragmático. “Por que não cria cobra?
Acho que você precisa mais de uma cobra...”, lanceta o mala sórdido.
“Caranguejo é bom no molho de coco, e mulher deve criar cachorrinhos que servem
para lambear xaninhas carentes”, regurgita o machista lascivo.
Na
ala dos bons, ouvi primeiro o cara que me ensinou a estar sempre cuidadosamente
desprevenido e aberto ao novo, quando escrevo. O nome dele é Guimarães Rosa que
pensava que, “se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os
homens?”
“A
gente ri das pessoas que são apegadas aos bichos. Mas, se pararmos de amar os
animais, esse mundo já desmantelado fica na iminência de se acabar de vez”,
raciocina a senhorinha piedosa que cria cães abandonados.
Por
fim, vem o pensamento de Áurea Gervásio, uma senhora que reflete sobre a
reencarnação e a espiritualidade dos animais: “O progresso da civilização
tornou mais raras as pessoas capazes de amar a natureza e os animais como a
seus próprios semelhantes. Homens hoje em dia trocam animais de estimação por
apartamentos e árvores por prédios. No entanto, a natureza intrínseca do ser
humano está a conduzi-lo, a cada dia que passa, à consciência de que, desde os
ursos polares que estão morrendo no degelo das calotas, até os cães abandonados
nas ruas, merecem respeito e sentimento de compaixão dos seres humanos. Onde
existe um ser respirando, existe vida, e onde existe vida, tem que haver a
consciência universal de proteção e amor.”
E
mais não digo nem interrogo.
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