sábado, 5 de março de 2011

Última Hora de Zé Dudu

Vice-Prefeito José Bandeira anuncia blocos vitoriosos no carnaval de rua: escolas de samba, tribos indígenas, bois, ursos e demais troças carnavalescas. Presentes na foto: Arnaud Costa (à esquerda, sentado), Ivo Severo, Zequinha Bandeira lendo a relação dos vencedores, Prefeito Antonio Santiago e à direita o carnavalesco Nicó.

Fotos do blog www.itabaianapbmemoria.blogspot.com



Ala das baianas da Última Hora. Abaixo, Manoelzinho Feliciano e Sônia

Nas décadas de 60/70/80 reinava absoluta em Itabaiana a Escola de Samba Última Hora, do carnavalesco Zé Dudu. Muito antes dele, nos anos 20, outro carnavalesco se destacava em Itabaiana. Era o saxofonista Severino Rangel, que depois virou Ratinho, da dupla Jararaca e Ratinho. Os dois ainda hoje botam o mundo pra pular e cantar ao som da marchinha “Mamãe eu quero mamar”, imortal e atemporal hino dos carnavais.

Tenho certeza de que dessa ninguém sabia: um dos autores da marchinha “Mamãe eu quero mamar” é esse artista itabaianense que anda merecendo um maior reconhecimento de sua terra natal. O povo, na sua franqueza e veia debochada, anda dizendo que a marchinha é o hino oficial de certo rapaz, filho de certa prefeita.

Mas eu quero falar é da Escola de Samba de Zé Dudu, onde fui ritmista. Abram alas pra nossa Rainha Sônia, alegre e graciosa porta-estandarte da escola de samba do Cochila, Jucuri, Maloca e adjacências. Neste carnaval insosso de 2011, onde a cidade de Itabaiana recebe com vergonha uma decoração que “parece mais uma lapinha pobre em fim de festa”, segundo uma internauta no blog do Marconi, a Toca do Leão publica estas fotos da Escola de Samba Última Hora e flagrante do palanque oficial onde o então prefeito Dr. Antonio Santiago entrega troféus às escolas de samba, troças, ursos e tribos indígenas vitoriosos no carnaval de rua, que já foi um dos melhores do interior da Paraíba.

O vice-prefeito, Zequinha Bandeira, foi um genuíno carnavalesco e desportista. O prefeito Santiago não era muito chegado a essas manifestações populares, sujeito reservado que sempre foi, mas estava lá, no meio do povo prestigiando a cultura popular da cidade. Não tenho dúvidas em considerar tal atitude como uma prova de que os políticos de antigamente respeitavam sua comunidade. Hoje, os sórdidos caminhos da política nos deixam órfãos de verdadeiros líderes.


Um comentário:

  1. Caro amigo Fábio Mozart: Numa mensagem que enviei sobre o carnaval eu disse a Tião Lucena que aproveitasse esses 3 dias que, na antiguidade, antecediam a Epifania (APARIÇÃO DIVINA) e se divertisse ao máximo. Essa festa profana da minha mocidade hoje só é revivida nos encontros da nossa geração (1935)quando o grupo se reuni para lamentar o carnaval do passado,
    quando havia corso com serpentina, confete e romantismo nos corações. Os bailes com moças fantasiadas, e os rapazes também a carater, ao espargirem lancha-perfume numa jovém valia como uma declaração de amor. Eram 4 noites de encantamento, sonho, fantasia, um paraiso na terra. O mesmo vai acontecer com a geração de vocês que, no futuro, só será recordada na literatura. Adoro o progresso, mas não me conformo que um espetáculo tão bonito e emocionante tenha sido substituido por gritaria, bebedeira e barulho.
    Na linha espiritual, nos rituais da Semana Santa mudaram apenas, o horário das celebrações e as igrejas são cheias de idosos e jovens. A tradição é mantida.
    Por que então não continuar com os bailes de fantasia. Não ia faltar adolescentes haja visto nos shôes de Roberto Carlos e outros na linha sentimental, encherem teatros e grandes espaços. Por que não o carnaval?
    Um abraço carinhoso de

    Lourdinha

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