quinta-feira, 24 de março de 2011

MÚSICA PARAIBANA


Joana Belarmino na Tabajara

"Sou Joana, porque cheguei numa manhã de São João, no rescaldo das fogueiras, pelos passados de 1957. O Belarmino é do meu pai. Sobrenome pesado como um brinco grande, que eu carrego com muito orgulho. Sou Joana Belarmino, uma mulher cega, de quase cinqüenta anos, jornalista, quase cantora, quase escritora, professora universitária”. Assim é a exposição circunstanciada e poética de Joana Belarmino no seu blog (http://www.lerparaver.com/blog/198), postada em junho de 2007.

Eu sou um quase ouvinte da quase cantora. Seguia no meu sapo velho ouvindo a Rádio Tabajara da Paraíba, única que toca nossos artistas, quando a locutora anunciou Joana Belarmino. Ela cantou com uma voz de sereia sertaneja, dessas que aparecem nos açudes do cariri e do curimataú, parentes das que cantam lavando roupas nas vazantes dos rios. Cantou uma cantiga tão bonita sobre a Paraíba, estrofes de esperança na redenção desse lugar formoso, de gente tão fina, cantante. No fim, arremata: “Para que a vida seja de trabalho, festa e paz”.

Quem tiver um CD de Joana Belarmino, por obséquio ceda-me para o devido pirateamento, pois nas lojas de discos não se encontra esse tipo de mercadoria. Oculta-se sob o enorme volume de CDs imprestáveis de bandinhas bostas que infestam e infeccionam nosso cenário musical.

Joana Belarmino é um exemplo de superação. Cega de nascença, conseguiu tornar-se doutora. Hoje é professora do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e vice-coordenadora do curso onde leciona. No material que pesquisei sobre ela, diz que tem duas filhas e uma neta.

Salve Joana Belarmino e viva a Rádio Tabajara que ainda repercute nossos artistas de valor! Falando nisso, estou produzindo um programa para ser veiculado na Rádio Tabajara FM. Depois darei mais detalhes.

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