sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Descobri uma filha de Manoel Xudu


Poeta Manoel Xudu com um dos muitos troféus que ganhou nos torneios de repentistas

Aliás, ela quem me descobriu pela internet. Chama-se Maria da Penha da Silva e mora na cidade pernambucana de Paulista. Queria o livro “Manoel Xudu, o príncipe dos poetas repentistas”, lançado por mim em 2006, já esgotado. Orgulhosa, faz o que pode para adquirir livros e outras mídias que contenham referências ao seu pai, um dos maiores poetas repentistas do Nordeste.

Coincidentemente, acabei de ler “Pingolenço – um tributo à arte”, do poeta pilarense José Augusto de Brito, conterrâneo de Manoel Xudu. Na página 64, escreveu:

“Minha cidade está muito mais pobre e a poesia de luto, com o desaparecimento do seu poeta maior, Manoel Xudu. Mais rico do que Creso, nasceu ali no azul da serra do Boqueirão, onde Pilar mais se aproxima de Deus. A brisa daquelas campinas solta na amplidão espalhou o primeiro vagido do poeta, provavelmente já em forma de beira-mar. As noites de lua cheia, as madrugadas, o germinar da semente, o inverno, a mulher e os pássaros foram sempre seus temas favoritos. Ao dedilhar o pinho, afluíam-lhe os mais ricos tesouros que eram soltos ao vento, com a naturalidade do prestidigitador a esbanjar jóias à platéia. E não era outro o seu ofício – o de mago, a deslumbrar com sua palavra fácil a imagem colorida. Ninguém o superou na distribuição da riqueza verbal. Não era o caçador de esmeraldas, era o dono das pedras verdes e demais gemas do mundo e fazia questão de espalhá-las a mancheias. Seduzia a todos por onde passava, com a belezas infinita dos seus repentes que eram recados de constelações.

Pilar, que lhe ouviu o primeiro verso, para desespero de mãe que não lhe reteve a última estrofe, o derradeiro alento.

Naquela tarde fria e nevoenta em Salgado de São Félix, foram bem poucos os amigos que conduziram ao cemitério o corpo do poeta.

Foi tanta a claridade que Xudu espalhou com o encanto dos seus versos que na noite de sua morte houve muito mais luz no céu, com enorme revoada de pirilampos”.

TENETE LUCENA

Outro filho de pai brilhante, Palmari Lucena, escreveu: “Estimado escritor Fábio Mozart, nossos sinceros agradecimentos pela elegante menção do trabalho do nosso pai, Tenente Lucena. Fatos como esse mantêm viva a memória dos seus tempos e feitos. Lamentamos que a cidade de Itabaiana não reconheça suas contribuições à cultura paraibana. Inclusive não o menciona na galeria dos seus filhos ilustres, da página da Prefeitura na internet”.

Palmari Lucena é filho do folclorista itabaianense Tenente Lucena, primo segundo do maestro Sivuca. Consultor, perito, conferencista internacional e colunista do jornal A União, Palmari tem 68 anos de idade. Recebeu na Assembléia Legislativa, em João Pessoa, a Medalha Epitácio Pessoa - a mais alta comenda conferida pela instituição - por seus relevantes serviços prestados ao mundo, nas áreas de ajuda humanitária e de desenvolvimento sócioeconômico, quando exerceu, durante 13 anos (de 1992 a 2004), a diretoria de uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América Latina e o Caribe.

Meu considerado amigo Antonio Costta, Subsecretário de Cultura, com a missão de corrigir a lacuna de informação no site da Prefeitura de Itabaiana.

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