terça-feira, 2 de fevereiro de 2016




BOM DE COPO

Acabei de ler “Hollywood”, de Charles Bukowski. O cara bebe cerveja, uísque, vodca, vinho e conhaque do começo ao fim, da primeira à última página. É um profissional do birinaite. Do livro em si, não gostei muito. Longe de ser “o Grande Romance Americano”.

O livro conta os lances de um roteiro que Bukowski fez para um filme que fala de... bêbados profissionais. É sobre a produção desse filme com orçamento limitado, “um filme que quase ninguém quer fazer e quase ninguém vai pagar para ver.” Lembrei dos meus compadres cineastas Marcos Veloso e Jacinto Moreno. Os dois, aliás, ex-bebedores e eternos amantes do cinema "vai à força". 


PODRES PODERES

O poder do Estado nos faz idiotas. Em Itabaiana, paga-se uma taxa de iluminação pública que, em si, é ilegal. O prefeito de lá, achando pouco, aumentou em mais de 500 por cento a tal taxa. O triste é a incapacidade do povo se opor a esse poder escroto.


CARNAVAL

Na conjuntura atual, vou pular o carnaval. Isto é: vou esquecer que tem carnaval no calendário e deitar na rede velha para ler. Na fila de leitura, uns vinte livros. Carnaval de João Pessoa? Acho tudo relativamente desprezível. Lavagem da escadaria das putas, imitação barata de eventos culturais de outras cidades, blocos de virgens cheio de vagabundos de facções criminosas se pegando no tapa com seus vestidos horrorosos e suas cabeças de merda. Tou correndo por fora feito cavalo de carrocel.


FALANDO PARA NINGUÉM

Nas minhas informações biográficas, há de constar: locutor em programas radiofônicos de três ou quatro ouvintes. Assim é o Multimistura, uma espécie de mesa redonda com sujeitos quadrados que eu faço semanalmente com meus compadres velhos Beto Palhano, Dalmo Oliveira, Ivaldo Gomes e Marcos Veloso na Rádio Zumbi. Não há de ser nada. Alguém já pregou no deserto e ainda hoje sua mensagem ecoa. Então...


SEM CUCA

Nem todo chapéu tem uma cabeça e nem toda cabeça tem um chapéu, conforme a lógica do compadre Sonsinho. E tem gente que não tem chapéu nem cabeça. E tome gente sem cérebro! As pessoas se acostumaram tanto a consumir merda que não mais percebem que era merda. Vide esse tal de funk.


REZA

Oração de Ameba no dia do carnaval: “Senhor, livra-me das tentações, mas não hoje.”


CARNAVAL RETRÔ

No meu retrovisor imaginário, vejo compadre Geraldo Caranguejo vestido de padre, benzendo as putas da rua do Carretel na terça-feira de carnaval em Itabaiana, e eu de coroinha nessa missa moderna onde a hóstia era carne de bode e o vinho era uma cachacinha suspeita no cabaré das Malvinas. Mas tudo dentro do maior respeito.


SAIDEIRA


Ajumentado pela própria natureza, assim é meu compadre Sonsinho. Ele jura que acredita no amor dos prefeitinhos pelas suas cidadezinhas tão problemáticas, o gozo desesperado desses gestores nos seus cargos, o choro e a gritaria dos alcaides, a gemedeira geral desses políticos que, entretanto porém todavia, não querem largar o osso de jeito maneira. Ontem, encontrei meu compadre Marcos Martins, prefeito de Mari por várias ocasiões, atual alcaide municipal e candidato à reeleição. Depois de me contar as angústias da falta de money, confessou que quer ser reeleito, “por amor ao meu povo”. E haja sacrifício! 

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