BOM DE
COPO
Acabei
de ler “Hollywood”, de Charles Bukowski. O cara bebe cerveja, uísque, vodca,
vinho e conhaque do começo ao fim, da primeira à última página. É um
profissional do birinaite. Do livro em si, não gostei muito. Longe de ser “o
Grande Romance Americano”.
O livro
conta os lances de um roteiro que Bukowski fez para um filme que fala de...
bêbados profissionais. É sobre a produção desse filme com orçamento limitado, “um
filme que quase ninguém quer fazer e quase ninguém vai pagar para ver.” Lembrei
dos meus compadres cineastas Marcos Veloso e Jacinto Moreno. Os dois, aliás, ex-bebedores e eternos amantes do cinema "vai à força".
PODRES
PODERES
O poder
do Estado nos faz idiotas. Em Itabaiana, paga-se uma taxa de iluminação pública
que, em si, é ilegal. O prefeito de lá, achando pouco, aumentou em mais de 500
por cento a tal taxa. O triste é a incapacidade do povo se opor a esse poder
escroto.
CARNAVAL
Na
conjuntura atual, vou pular o carnaval. Isto é: vou esquecer que tem carnaval
no calendário e deitar na rede velha para ler. Na fila de leitura, uns vinte
livros. Carnaval de João Pessoa? Acho tudo relativamente desprezível. Lavagem
da escadaria das putas, imitação barata de eventos culturais de outras cidades,
blocos de virgens cheio de vagabundos de facções criminosas se pegando no tapa
com seus vestidos horrorosos e suas cabeças de merda. Tou correndo por fora
feito cavalo de carrocel.
FALANDO
PARA NINGUÉM
Nas
minhas informações biográficas, há de constar: locutor em programas
radiofônicos de três ou quatro ouvintes. Assim é o Multimistura, uma espécie de
mesa redonda com sujeitos quadrados que eu faço semanalmente com meus compadres
velhos Beto Palhano, Dalmo Oliveira, Ivaldo Gomes e Marcos Veloso na Rádio
Zumbi. Não há de ser nada. Alguém já pregou no deserto e ainda hoje sua
mensagem ecoa. Então...
SEM CUCA
Nem todo
chapéu tem uma cabeça e nem toda cabeça tem um chapéu, conforme a lógica do
compadre Sonsinho. E tem gente que não tem chapéu nem cabeça. E tome gente sem
cérebro! As pessoas se acostumaram tanto a consumir merda que não mais percebem
que era merda. Vide esse tal de funk.
REZA
Oração
de Ameba no dia do carnaval: “Senhor, livra-me das tentações, mas não hoje.”
CARNAVAL
RETRÔ
No meu
retrovisor imaginário, vejo compadre Geraldo Caranguejo vestido de padre,
benzendo as putas da rua do Carretel na terça-feira de carnaval em Itabaiana, e
eu de coroinha nessa missa moderna onde a hóstia era carne de bode e o vinho
era uma cachacinha suspeita no cabaré das Malvinas. Mas tudo dentro do maior
respeito.
SAIDEIRA
Ajumentado
pela própria natureza, assim é meu compadre Sonsinho. Ele jura que acredita no
amor dos prefeitinhos pelas suas cidadezinhas tão problemáticas, o gozo
desesperado desses gestores nos seus cargos, o choro e a gritaria dos alcaides,
a gemedeira geral desses políticos que, entretanto porém todavia, não querem largar
o osso de jeito maneira. Ontem, encontrei meu compadre Marcos Martins, prefeito
de Mari por várias ocasiões, atual alcaide municipal e candidato à reeleição.
Depois de me contar as angústias da falta de money, confessou que quer ser reeleito, “por amor ao meu povo”. E
haja sacrifício!
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