domingo, 23 de maio de 2010

24 de maio – decadência e abandono


O norte-americano Samuel Morse patenteou em 1840 o primeiro aparelho para comunicação à distância, o telégrafo. Guilherme Marcone criou o telégrafo sem fio em 1896, emitindo e captando sinais a centenas de metros de distância. Esse foi o passo decisivo para a expansão das telecomunicações. E eu fui o último rádio telegrafista da Rede Ferroviária Federal, aposentado em 1999.

Depois, Morse inventou um código: um sistema de pontos e espaços que, combinados, podem representar letras e números. Quando atingiu seu máximo aperfeiçoamento, o código Morse pôde ser transmitido a uma velocidade de dez palavras por minuto. Cheguei a transmitir até 13 palavras por minuto. Fui um bom telegrafista, trabalhando nas estações de trens, recebendo e transmitindo mensagens de licenciamento dos comboios e avisos de todas as estações ferroviárias do Nordeste.

Recordo com saudade dos meus tempos de ferroviário, neste dia 24 de maio consagrado ao telegrafista, uma profissão extinta.

Nesta data, a cidade de Itabaiana lembrava o movimento revolucionário de 1824, quando os moradores de Itabaiana tiveram parte ativa em sangrentos combates travados no riacho das Pedras, entre as forças legalistas do Presidente Felipe Nery, sob o comando do Coronel Estevão Carneiro da Cunha. Os revoltosos eram comandados por Félix Antônio.

Era na ponte do riacho das Pedras que os alunos das escolas se reuniam para relembrar aquele fato histórico, reverência à bravura e altivez dos nossos antepassados nesta legendária terra paraibana, de tantos heróis e artistas excepcionais. Nesta data, há doze anos, era inaugurado monumento aos heróis do 24 de Maio, na ponte do riacho das Pedras. O prefeito mandou construir o marco comemorativo, “resgatando de uma vez por todas a memória daqueles que deram suas vidas em defesa da liberdade em nosso país”, como afirmou em seu discurso o professor Israel Carvalho. Projetado pelo arquiteto Jessier Quirino e construído por Odilon Targino, o marco tinha gravado: “Neste local, a 24 de maio de 1824, Félix Antonio Ferreira de Albuquerque e seus comandados, coerentes com os ideais de cidadania e liberdade, aqui escreveram uma das mais belas páginas de nossa história, conhecida como a Batalha do Riacho das Pedras”.

Atualmente o local está abandonado. O marco da batalha desapareceu, o mato toma conta dos aceiros da rua. O sítio histórico abandonado, na Rua Monsenhor Francisco Coelho, dá bem a ideia da depedração e degradação do nosso patrimônio histórico.

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