terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

QUADRINHAS


Essas quadrinhas eu componho durante minhas caminhadas matinais. Chegando em casa, passo para o papel, como exercício de memorização. Eis algumas:

Por não saber falar Hitler
A ignorância arreganha:
Diz que tem o coração
De Rita das Alemanha.

A mulher espero nu,
A vida desconsidero,
A sorte espero sentado,
A morte, fumando espero.

Prevendo dificuldades
Encomendei ataúde:
Dependo da Previdência
Para cuidar da saúde.

Encontrei Biu Penca Preta
Tomando caldo de cana
Uma cena nunca vista
Na cidade Itabaiana.

Porque da cana caiana
Biu só gosta destilada,
Tira-gosto de Caju
E uma cerveja gelada.

O poeta Maciel Caju deu esse tema:

Me acabo no desespero
Por não poder dar no couro.


Meu grande amigo e poeta
Sujeito que vale ouro,
Me deu um tema danado
Que tenho como um agouro.

Mas como sou repentista
Apesar de ser calouro
Esse forte desafio
Eu mato no nascedouro:

Já passei da mocidade
Com o pinto no ancoradouro,
Me acabo no desespero
Por não poder dar no couro.

Com sua verve sempre brilhante, meu compadre Caju deu outro tema:

Baraúna, marmeleiro,
Urtiga branca e pinhão.


Acunhei na hora:

Eu tenho aqui nessa mão
Três sementes vegetais
Para plantar no jardim
Da casa de Zé Morais.

Baraúna, marmeleiro,
Duas plantas vigorosas
Defendendo meu jardim
Cheio de cravos e rosas.

Protegendo contra azar,
Urtiga branca e pinhão,
Demora a escapulir
O que eu apertar na mão

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