sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

MULTIMISTURA, um programa de membro mole e caradura

Fábio Mozart, Ivaldo Gomes, Dalmo Oliveira e Ewerton Rodrigo

O MULTIMISTURA gravado ontem (14) teve surpresas. Antes, o falso humor, o que faz de conta que se comunica, o morto que morreu fresco, a ameaça de morte a uma poeta, o consenso do amém da imprensa paraibana, a comparação de Piancó com Shaolim, a fala de Lau Siqueira confessando que a cultura no Brasil está no pau do canto, o mal humor de Dalmo Oliveira contra o humoristazinho Fábio Mozart que trata com preconceito os sobrecus das baianas.

Lino Gomes Muge, de Guiné Bissau
As surpresas: visita do estudante de comunicação Ewerton Rodrigo, professora Clareana Cendy e o estudante de Guiné Bissau, Lino Gomes Muge, falando sobre eventos internacionais na Paraíba do Norte.

No fim, Beto Palhano e Marcos Veloso, bêbados de boa índole, saudaram os presentes com goles de uma cachacinha honesta. Os portadores da cachacinha são sócio-atletas do bar de Osvaldo, no mercado do Geisel. Na plenitude de sua quarentena, mestre Dalmo não virou copo, nem tampouco esse velho Leão. Cada um de nós é senhor de sua própria destruição, mas, na conformidade da lei do cão, quem tem pulmão e fígado avariados tem medo.

Quem quiser ouvir o MULTIMISTURA, vai com calma nesses horários na Rádio Zumbi. Achamos por bem dividir o quase programa em blocos de vinte minutos, pra não encher a paciência do suplicante que por acaso nos der a honra da audiência.

9h -   bloco 1
10h - blocos 1, 2 e 3
12h -  bloco 3
13h -  bloco 4
15h -  bloco 5



quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sonho recorrente



Estação de Pilar. Desenho de Jonatas Rodrigues


Sonhei com trens. Eles aparecem habitualmente, em decadência patética. Velhas estações tomadas pelo mato, trilhos enferrujados, às vezes uma locomotiva cansada puxando vagões antiquados em suas bitolas ultrapassadas. 

Hoje, sonhei com a estação de Pilar. Para além da humilde estaçãozinha, um pátio enorme, grandes armazéns repletos de sacos de açúcar, três locomotivas manobrando, um grupo de militares (acho que da Marinha ou Aeronáutica) agredindo as velhas estruturas da via permanente com tratores enormes, abrindo novos ramais. Sabia que era Pilar apenas pelo nome da cidade em alto relevo no paredão da estação. 

Os sonhadores são geralmente pessoas emotivas, de bom coração e alguma veia poética. Meu irmão Antonio Costta, poeta de Pilar, certamente é um sonhador. Não deve se impressionar com a ferrovia a ponto de sonhar com trens o tempo todo. As imagens que se apresentam durante seu sono de sonhador devem ser ligadas ao mundo eletrônico, já que Antonio é um professor cibernético em tempo integral. Talvez, entretanto, fosse influenciado, como fui, pela leitura do livro do escritor Permínio Asfora, que foi prefeito de Pilar e escreveu o romance Sapé, de 1940, uma obra de forte apelo social e de denúncia. 

De estilo simples, direto, coloquial, o livro de Permínio Asfora analisa o drama de um chefe de estação no interior durante uma greve de ferroviários na antiga Great Western of Brazil Railway, a empresa ferroviária dos ingleses que operou no Brasil no começo do século vinte, chegando a ter uma rede ferroviária de mais de 1.600 quilômetros distribuídos entre Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O chefe queria aderir ao movimento grevista, mas pensava no futuro da família, na repressão dos superiores. 

Grande conhecedor da vida cultural de Pilar, acho que nem Antonio Costta sabia da existência desse escritor que foi prefeito de sua cidade. Eu, pelo menos, desconhecia a existência de Permínio Asfora. Seria o caso de se procurar nos sebos os demais livros de Permínio: Noite Grande, Fogo Verde, Vento Norte e O Amigo Lourenço. Merecem constar no acervo da Biblioteca de Pilar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A poesia de Thiago Alves



Na tessitura dos seus versos, Thiago Alves escancara as influências de Zé da Luz e outros vates nordestinos, uns líricos, outros narrativos à feição do folheto de feira, numa estratégia imagética de fácil acessibilidade.

É mais um compadre velho que edita seu livro, meu confrade na Academia de Cordel do Vale do Paraíba, companheiro de estrada de ferro, poeta confessional na sua lírica itabaianense a contribuir, sem dúvidas, para o enriquecimento do nosso patrimônio literário.

Falando em imagética, que advém da imagem, Thiago Alves inscreve-se entre os artistas que se convencionou chamar de multimídia. Antes da poesia, Thiago já fazia suas experimentações nas artes plásticas, vinculando a estética dos pincéis ao poder da palavra.  

Enfim, saúdo e louvo esse artista de palavra plural, seguindo a tradição do cancioneiro popular, numa obra pautada pelo seu sincero apego e respeito à sua cidade natal. 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Academia de Cordel e Ponto de Cultura divulgam nota de repúdio às ameaças contra Renaly Oliveira


A Academia de Cordel do Vale do Paraíba e a Sociedade Amigos da Rainha do Vale – Ponto de Cultura Cantiga de Ninar manifestam apoio “irrestrito” à poeta e militante dos movimentos culturais de Itabaiana, Renaly Oliveira, que vem sofrendo ameaças de morte em decorrência do seu trabalho em defesa do patrimônio histórico e artístico da cidade. “Repudiamos essa prática de intimidação que se verifica em Itabaiana contra uma pessoa como Renaly Oliveira, merecedora de nossos mais altos elogios pela sua postura ética e pela dedicação aos valores culturais de sua terra, ao mesmo tempo em que chamamos a atenção das autoridades para investigar e coibir essas atitudes de pessoas que, por ignorância ou por prepotência neste país de violência endêmica, tratam os problemas sociais com a arrogância da ‘lei do mais forte”, afirmou Sander Lee, Presidente da Academia, pedindo que as autoridades da área de segurança identifiquem os responsáveis pelas ameaças sofridas pela poeta.
“É preciso lembrar que a poeta Renaly Oliveira não tem compromisso com nenhum grupinho ligado ao poder nem com elementos que atuam à revelia das leis, e por isso não é bem vista pela parte podre da sociedade quando assume a luta pela preservação do nosso passado riquíssimo e pelos reais valores culturais de Itabaiana”, disse Fábio Mozart, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e Sociedade Amigos da Rainha. Ele conclama os pontos de cultura da Paraíba para emprestar solidariedade contra “essa prática de perseguição por motivos econômicos contra uma mulher que assume seu papel de cidadã e defende os direitos da sociedade”.


domingo, 10 de janeiro de 2016

sábado, 9 de janeiro de 2016

MULTIMISTURA se mistura ao “Alô comunidade” neste sábado


A jornalista Fabiana Veloso e Fábio Mozart no MULTIMISTURA
Hoje, sábado, 9 de janeiro, o radialista Fábio Mozart comanda o programa “Alô comunidade” da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, através da Rádio Tabajara da Paraíba, em rede com mais oito rádios comunitárias e diversos sites da internet. 
A edição de hoje do “Alô comunidade” recebe o poeta Sander Lee, da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, e reprisa alguns momentos do programa MULTIMISTURA, que é transmitido diariamente às dez horas pela Rádio Web Zumbi. O MULTIMISTURA tem participação de Dalmo Oliveira, Fabiana Veloso, Marcos Veloso, Beto Palhano e Ivaldo Gomes.
O programa tem início às 14 horas e pode ser ouvido pela internet:

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

BIUZADAS

BIUZADAS GERAIS

Vestibular de Sonsinho – Sonsinho foi fazer a prova do Enem com dois amigos. Uma das questões: “escreva um provérbio popular.” O amigo do lado direito escreveu: “Mais vale uma pomba na mão do que duas voando”. O do lado esquerdo escreveu: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Sonsinho no meio, colando, misturou tudo: “Mais vale uma pomba dura na mão do que duas moles batendo em riba de uma pedra”.


Ecos do carnaval de Itabaiana – Aquela “menina” que saiu no abre alas do bloco das virgens foi ao psicanalista:
--- Doutor, eu quero mudar de vida.
--- Como foi que você entrou nessa vida?
--- Eu era garoto, tava brincando no jardim, daí meu primo veio por trás e me violentou...
--- E você não correu?
--- Bem que eu tentei, mas com o sapato de salto alto e saia justa, cadê velocidade?

Ponte – Essa aconteceu com um compadre “pé-de-cana” e seu companheiro de birita, o velho Biu Penca Preta. Iam atravessar a ponte quando o outro avisou a Biu:
--- Biu, a gente não pode passar nessa ponte. Olha a placa: “Passagem proibido para velhaco”.
Biu esclareceu:
--- Deixa de ser burro! É “passagem proibida para veículo”.

O escritor – O cara pensando em escrever um livro. O irmão incentivou:
--- É bom você se decidir. Na família só faltam um escritor e um veado.

Dose dupla – Biu Penca Preta pediu duas doses de cachaça de uma só vez. O bodegueiro quis saber a razão. Biu explicando:
--- É o seguinte: morreu um grande amigo meu e eu estou bebendo por ele e por mim.
Um dia, Biu chegou na bodega e pediu só uma dose.
--- Que houve, Biu?
--- Deixei de beber. Tou tomando só a do meu amigo que morreu.

Estou à venda – Ameba publicou este anúncio nas redes sociais: “Atenção, grandes empresários, políticos de minha terra, corruptos em geral, compradores de votos, traficantes de influência, lavadores de dinheiro, tesoureiros de caixa dois, contrabandistas miúdos e graúdos, jornalistas venais e respectivos advogados dessa bandidagem: sou um homem honesto. Mas, dada a lamentável situação econômica em que se encontra o país, estou sinceramente disposto a repensar minha posição”.

Pesquisa cínica – O Brasil está dividido entre os cinicamente corruptos e os que não resistem à tentação. Qual é o seu caso?

O bolo – Essas quem contou foi meu compadre Erasmo Souto. O sujeito tinha um mau hálito de lascar. No seu aniversário, ele assoprou as velas e perguntou:
--- Quem adivinha de que é o bolo?
--- De merda! – responderam todos ao mesmo tempo.

Cor única – Zé Cobal foi empossado como presidente de um time de subúrbio. O time era vermelho e preto, como seu homônimo do Recife. Na posse, Zé foi fundo na demagogice:
--- A partir de agora, meu coração tem uma só cor: rubro-negra.

Lógica de Biu – “Se 23% dos acidentes de trânsito são provocados por motoristas bêbados, significa que 77% dos acidentes são provocados por motoristas sóbrios. Então, porque é que se diz que dirigir alcoolizado é perigoso?”

Pé de Sonsinho – Sonsinho cresceu com chulé só no pé esquerdo. É que sua mãe sempre advertia:
--- Lava esse pé direito, menino!

Estréia de Jessier – Jessier Quirino, o espetacular
poeta/declamador/humorista/cantor/compositor, lançou seu primeiro livro em João Pessoa, no Teatro Santa Rosa. O repórter perguntou:
--- Jessier, como foi o show? Muita gente?
--- Nem imagina... A metade da platéia vaiou o tempo todo.
--- E a outra metade?
--- Estava vazia.

Menino sabido – Biu Penca Preta entrou no ônibus com seu filho João Paulo e viu uma placa que dizia: “Criança com menos de dez anos não paga a passagem”. Ele olhou pro menino e disse:
--- Tu não tens onze anos. A partir de agora só tem dez.
Quando o garoto foi passar pela borboleta, o cobrador perguntou:
--- Quantos anos você tem?
--- Tenho dez anos.
--- E quando você vai fazer onze?
--- Quando eu descer do ônibus!