sábado, 19 de novembro de 2011

Morreu meu compadre Barbosa


O atleta Barbosa

Quando montarem o museu de Pilar, deve ter por obrigação alguma coisa desse morador-símbolo da terra de José Lins do Rego, o ferroviário Barbosa, falecido nesta semana. Ele foi o esportista com jeito carinhoso e acolhedor que cativava todo mundo. Pilar inteira gostava de Barbosa. Dedicou sua vida ao futebol amador e outros esportes. O modo barbosiano de ser foi muito lembrado pela multidão que compareceu ao seu enterro.

Rapaz pobre, morando na velha estação ferroviária de Pilar, Barbosa convivia sem conflitos com todos, sempre gentil e muitíssimo prestativo. Era meu correspondente do jornal Tribuna do Vale na terra do poeta Antonio Costta. 

Morreu bestamente: tentou levantar um cofre velho na Prefeitura, caiu e bateu com a cabeça. Diz um ditado popular: besta é quem vela acendeu pra um defunto que não é seu. O povo de Pilar acendeu vela e chorou a morte de Barbosa porque ele foi um filho, um pai, um irmão e um tio de todo mundo. Era uma espécie de agregado querido da comunidade. Vai ter uma festa, chama Barbosa pra organizar. Vamos fazer um torneio de futebol, só com Barbosa. Ele era um sujeito que cumpria uma função social muito importante numa cidade interiorana: agregar valores éticos e afetivos. 

Meu compadre Barbosa foi, do seu jeito, um elemento transformador na cidade de Pilar. No sentido social, cultural e emocional.  

Um comentário:

  1. Nobre Fábio, fiquei emocionado com a sua cronica sobre nosso amigo Barbosa, que tive a felicidade de conhecer e do qual sempre fui um admirador. Barbosa sonhava com uma Pilar melhor, com dias de desenvolvimento e progresso. Infelizmente partiu sem ver isso acontecer. Mas a vida continua e o seu sonho ainda continua vivo nos corações de muitos pilarenses. Adeus Barbosa! Continuaremos a sonhar seu sonho e a lutar por dias melhores.

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