Vou montar uma peça de teatro chamada Dactilografia. Para o elenco, já convidei meu compadre Normando Reis que vai fazer o papel de escrivão, “batendo” numa Olivetti ao ritmo do humor, sarcasmo, poesia, terror diabólico e diálogos de empregadas domésticas. O descontínuo som das teclas da máquina de escrever evacuando medos e inconveniências da vida.
A peça será uma homenagem aos cinquenta anos do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana.
Damásio Francas foi prefeito nomeado de João Pessoa. Ao final do mandato, queria a boquinha do Tribunal de Contas, mas não tinha curso superior, exigência da lei para ser conselheiro do TCE. O governador João Agripino, seu amigo, mandou mudar a lei e Damásio foi aceito por ter “larga experiência administrativa”.
Sempre tem um jeitinho para arrumar a vida dos amigos.
Wilson Braga foi outro que ajudava muito os amigos. Quando esquecia de dar a mão aos parceiros, a galera se virava. Yedo Andrade foi diretor do Detran no governo de Wilson, que lhe entregou a planta de uma casa para ser levada a determinada empresa de construção. Era a planta da casa do governador.
Yedo tirou cópia da planta e a construtora edificou duas casas. Uma para o governador e outra pra ele. (Do livro “Acima de qualquer suspeita”, de Tião Lucena, que eu li no feriadão)
"Em tese, o povo aprenderia com o sofrimento. Mas o povo brasileiro, por motivos diversos e complexos, vive repetindo de ano". (Ricardo Alfaya)
Pode desabafar. Ninguém te recriminará. Ninguém te julgará. Ninguém te ouvirá. Ninguém tu és. Ninguém serás. O porre passará e nada te acontecerá. E teu ovo de Páscoa goro continuará.
Que neste 22 de abril, dia do descobrimento do Brasil, Oxossi traga as plantas curativas que curem os males dos homens e encaminhe as plantas tóxicas e venenosas para certos elementos perniciosos que nos fazem o desfavor com suas presenças nocivas neste país.
Hoje é terça-feira, dia de Ogum, Irokô e Oxumaré.
Encontrei com amigo de infância que me despertou mais ainda o sentimento de mortalidade e de precariedade desta vida velha. O cara era uma pessoa brilhante, líder de nossa turma de pré-adolescentes em Itabaiana, chefe do time de futebol e mentor de nossas aventuras. Terminou um curso superior, para orgulho da família pobre, mas tornou-se alcoólico.
Hoje, vive pelas ruas, flagelado, desligado do mundo. Certo dia, quando o então deputado Fernando Melo mandava e desmandava na região, designou esse meu amigo para ser delegado de polícia de Salgado de São Félix. Recusando o cargo, ele foi sincero: “Doutor, se eu for delegado de Salgado de São Félix, o primeiro que eu mando prender sou eu mesmo”.
Uma boa parte da ala conservadora da Igreja Católica comemorou a morte do Papa Francisco. No Brasil, a alegria envergonhada deve ter tomado conta do clero bolsonarista.
Esse povo só tem de gente os ói de coruja. Grau zero da decência política.
No fim, o Papa Chiquinho mostrou ética profissional. Esperou a Páscoa acabar para morrer.
“Rejeitar um migrante em
dificuldade, qualquer que seja a sua crença religiosa, por medo de diluir a
cultura ‘cristã’ é distorcer o que é o cristianismo e a cultura." (Papa
Francisco)
“Não xingue a mãe do
jacaré antes de atravessar o rio”, diz o bom senso.
“O fato mais surpreendente é que a cultura, no
sentido tradicionalmente dado a esse termo, está em nossos dias a ponto de
desaparecer”. – Mario Vargas Llosa, que desapareceu na semana passada.
Manchete presumível naquele site de ultra direita:
PL encomenda pesquisa para avaliar chances de Bolsonaro ser eleito Papa.
Botafogo-PB e Flamengo não mais jogarão em João Pessoa no dia 1º de maio. Venderam a partida para ser realizada em São Luiz, Maranhão. Quem comprou o ingresso antecipado poderá ver jogo entre Auto Esporte e a seleção de Mangabeira. Melhor do que nada!
VERSO DO DIA
O país foi descoberto
Em 22 de abril
Já no dia 23
A armada varonil
Tramou primeiro motim
Para fazer trampolim
E dominar o Brasil.
F. M.
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