quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Duas notícias de educação


Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas, uma ideia do Senador Cristóvam Buarque. Pelo projeto, todo político eleito (vereador, prefeito, deputado etc.) será obrigado a colocar os filhos na escola pública. Na sua visão, quando os políticos forem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar.

Eu tenho cá minhas dúvidas. Para mudar a triste realidade das escolas, acho que é suficiente o investimento maciço e a qualificação dos professores. Os prefeitos e governadores entraram na Justiça para não pagar o piso salarial nacional dos professores, de apenas R$ 900 reais, dizendo que não podem arcar com essa despesa. O salário dos professores continua sendo uma piada neste País.

Outra ideia de Cristóvam Buarque, de federalizar todas as escolas de ensino básico, é muito boa. As escolas federais são excelentes, com equipamentos dignos, professores bem remunerados, ensino de primeiro mundo. Enquanto isso, em Araçagi, a diretora da escola é a merendeira, que depois foi substituída pelo porteiro porque não votou no atual prefeito. Em Mari, o governador José Maranhão está empregando seus cabos eleitorais nas escolas, mas não paga os contratados do governo anterior. Enquanto isso, não cumpre o piso salarial nacional.

Maranhão tem uma filha menor de idade. Se vingar a lei de Buarque, quando chegar a época de entrar no pré-escolar, o Governador vai ter que botar a menina em escola da prefeitura de João Pessoa, porque não tem uma escola de qualidade para essa faixa etária na capital da Paraíba, administrada pelo Governo do Estado.

No bairro de Jaguaribe tem outra forma de educar, uma iniciativa do mestre Pedro Osmar, líder de um grupo de trabalho cultural que se reúne todo sábado para pensar processos sistemáticos de intervenção artístico-cultural no bairro. A rapaziada tenta sensibilizar, mobilizar e educar, promovendo eventos culturais com a participação ativa e consciente das pessoas na formulação e controle dessas intervenções. Diferente do Boi Vermelho, que sai na época de carnaval, em Jaguaribe, com a bandeira do Partido Comunista do Brasil, não é só beber cachaça e brincar, não é apenas juntar amigos e frevar na rua, mas aproveitar a oportunidade de se ter gente junta para a afirmação de um projeto popular, democrático e soberano de cidade, de bairro e de nação. É mais do que um reforço da autoestima. É usar a arte e a educação para organizar o povo e ajudar a encontrar as “portas de saída” para esse sufoco cultural e social em que se vive, onde o que se oferece para a juventude é a opção de “beber, cair e levantar”.

Convidado pelo grande Pedro, vou realizar gratuitamente oficinas de rádios comunitárias para capacitação básica de comunicação radiofônica, técnicas de voz, locução e operação de equipamentos, além de várias atividades para estimular a informação, a educação, o esporte e o exercício da cidadania, através de projetos de comunicação popular via rádio.

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