quarta-feira, 19 de novembro de 2025

TIJOLINHOS DO MOZART

 

Esse humilde senhor, morador de Bayeux, trabalha transportando feira no bairro de São Bento. Ele instalou um som no carrinho. É a “Rádio Júnior”. O maluco resolveu transmitir a Rádio Barata no Ar em seu som, e sai entregando feiras e distribuindo barata doida. (Foto: Sérgio Ricardo) 

De repente, a “rádio” de Júnior é mais um sinônimo de resistência, é um grito coletivo daqueles que não têm voz, que vivem à margem do sistema. E ele nem sabe disso.

Uma vizinha evangélica do “radialista” reclamou de alguns palavrões da Rádio Barata. O dono da rádio itinerante pediu pra ela esperar a pregação do Pastor Pedânio.

“A Rádio Barata é um lixo, mas um lixo reciclável”. Opinião de Jota Mesquita, ouvinte do Recife.

“Eu sempre votei no prefeito, mas ele arrancou um chamboque do meu coração! A gente vivia pra lá e pra cá, pra cima e pra baixo, eu agarrada no pescoço dele, agora só quer ser merda, mas me diga: quem danado quer ser merda? Qual é a vantagem de ser merda, me diga?” Fala da personagem Maria do Rosário dos Mistérios Gozosos, na Rádio Barata.

O humilde cordelista Fábio Mozart recebeu votos de aplausos da Câmara Municipal de João Pessoa, com direito a diploma e medalha. Uma cortesia do vereador Marcos Henriques.

João Theotônio de Carvalho foi autor de diversos livros e folhetos de cordel. Ocupou a 14ª cadeira na Academia de Cordel do Vale do Paraíba.

Além de ser um expoente da literatura de cordel do estado da Paraíba, Theotônio também foi radialista, trabalhou com teatro amador, futebol e teve uma grande atuação na cultura popular.

“Seu Theo” foi um tecelão da cidadania, um animador cultural antes de tudo, um incansável defensor da cultura, atento a todos os movimentos do seu tempo, e que sempre viverá entre nós com seu sonho de um mundo com mais arte e poesia.

Fábio Mozart produziu cordel em homenagem a João Theotônio. Está no canal do Youtube da Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz.  

Escândalo do banco Master reforça o discurso de que crime organizado se combate com Polícia Federal indo atrás do dinheiro. Lasca os governadores de extrema direita, como Cláudio Castro e Ibaneis, e mete uma rolha na boca dos fascistinhas do Congresso. 

Eu acho é pouco! E no embalo entrou até a tal da Igreja da Lagoinha, o que pode deixar boa parte dos fundamentalistas evangélicos procurando a Igreja Jesus Salva e a Cannabis Cura, do pastor Pedânio, pra relaxar.

O lance é pegar os bandidos do andar de cima. E quem protege os cabeças do crime organizado faz parte da cena do crime.

O que tem de jornalistas, subcelebridades e políticos tentando salvar o banco Master da maracutaia não tá no BO do satanás!

Piada de velho: “Doutor, estou com um problema de memória”. O médico pergunta: — E há quanto tempo acontece esse problema? O velhinho: — Que problema?

Descobri que sou pobre. Mal começou novembro e já estou na expectativa do décimo terceiro.

Vavá da Luz já sarou dos incômodos de saúde, virou compositor, fez um frevo que vai sair na Rádio Barata de sexta-feira (21). É o primeiro grito de carnaval do inseto.

O Brasil adora peitos. Aliás, é chegado a um peitinho pra mamar. No Hino Nacional: “Em teu seio”. Hino da Bandeira: “seio formoso”.  Hino da Independência: “vossos peitos”. Hino da proclamação da República: “peitos”.

O senso comum da preferência do brasileiro pela bunda não se confirma.

“Me joguem aos lobos e eu voltarei liderando a mamada”. (Zé Barata)

Tá na hora de desmamar a galera dos ricaços escrotos e ladrões.

Nunca vi tanto feriado - é um dia que o preguiçoso não fez por merecer, mas tem o mérito de saber aproveitar.” – (Kubi Pinheiro)  

Zequinha, reserva imediato de Zito na seleção brasileira bicampeã na Copa de 1962 no Chile, atuou por dez anos no Palmeiras, entre 1958 e 1968. Zequinha começou sua carreira no meu Auto Esporte de João Pessoa.

No Dia da Consciência Negra, lembrar o escravo Ignácio da Catingueira, que buscou a liberdade através da manifestação cultural. É considerado um dos maiores poetas repentistas do mundo. Nasceu em 1845, em Catingueira, na região de Piancó, interior da Paraíba.

“Ignácio da Catingueira, analfabeto, teve como grande trunfo para conseguir a liberdade, o talento poético, com o qual sensibilizou o seu senhor. Não chegava a ser impedido de se ausentar da morada para qualquer viagem, por mais que demorasse e, ainda por cima, era dono de tudo o que conseguia como artista.” (José Inácio)

Em 2015, Ignácio das Catingueira completou 170 anos de nascimento e quase ninguém lembrou.

Em um 19 de novembro de 2015, no dia do poeta de cordel, a professora Valéria Santos, que mora no Recife, me escrevia para informar que fez concurso para professora do Instituto Federal de Tecnologia e iria ministrar aula sobre literatura de cordel no contexto histórico, pedindo-me exemplares do folheto “Biu Pacatuba, um herói do povo paraibano”. O tema do folheto será usado para dar respaldo à sua aula sobre camponeses e repressão no campo durante a ditadura civil-militar.

Talvez a maior prova de que o cordel não morreu e, muito pelo contrário, está mais vivo, é uma professora largar seus livros de história e buscar no folheto o reforço didático para falar de nossa história recente.

Certamente, ela sabe que ler cordel com os alunos é muito mais aprazível do que estudar súmulas enfadonhas. Eu sei que é difícil de acreditar, mas o mundo do conhecimento não gira só em torno da erudição acadêmica.

Pode passar pela literatura de cordel e sua diversidade de ligações entre fatos históricos, culturais e sociais, com a dinâmica com que a linguagem poética se transporta no tempo, na geografia e nas dimensões entre o real e o imaginário.

Sendo o que tenho para hoje, vai aqui os fortes tijolinhos para minha amiga Marinalva Josefa Dionísio, de Itabaiana.


VERSO DO DIA

 

O Paraíba é o rio

Que ao desaguar na foz

Forma o oceano atlântico

Da alma de todos nós.

 

F. Mozart

 

 

 

 

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