Tenente Lucena nasceu
em Campo Grande, vila de Itabaiana. Foi músico e pesquisador do folclore
paraibano, contribuindo enormemente para a preservação do nosso patrimônio
cultural. Tenente Lucena é um dos 115 biografados no meu livro “Artistas de
Itabaiana”, que será relançado em 31 de janeiro de 2026 na Câmara de Itabaiana. (Foto do acervo de Palmari de Lucena)
"O poeta declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas, promete ajudar a destruí-lo." - Carlos Drummond de Andrade.
É tempo de aguentar os espíritos de porco disfarçados de espíritos natalinos.
No dia 13 de dezembro
de 2013, a
Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz realizava o 1º Cortejo de Boi Bumbá de
Itabaiana, na Praça Epitácio Pessoa.
Neste dezembro de 2025, na mesma data e local, um
grupo de itabaianenses promove a Seresta da Saudade. Não irei porque não tenho
mais pernas para andar nem dedos para tocar meu violão de mesa de bar.
O professor Benjamim, da UEPB, itabaianense ilustre
que mora em Campina Grande, bota o povo pra cantar e dançar, iluminando o que
merece aparecer para a juventude, a quem instrui com sapiência.
Foi numa aula sobre nossa origem negra, a opulência
da cultura africana que nos foi legada pelos escravizados, tudo desaguando no
grande rio do conhecimento e costumes brasileiros.
Comentando sobre os notáveis músicos negros, os
alunos foram citando desde Jackson do Pandeiro a Martinho da Vila, de
Pixinguinha a Cartola, da genialidade de um Luiz Gonzaga ao lirismo desconcertante
de Djavan, do samba autêntico de Paulinho da Viola ao molejo de Dorival Caymmi,
referindo-se ainda a João do Vale, Lupicínio Rodrigues e tantos outros.
Para
ilustrar a aula, o mestre Benjamim convidou os alunos a cantar uma música de um
autor citado. ─ “Ganha dois pontos quem
cantar aqui, na frente”.
“Um aluno e duas alunas se apresentam. Cantam, se
encantam e, no meio da música, o rapaz tira uma colega para dançar. A turma
alegra-se. O professor se empolga, faz do birô uma zabumba. Haja xote! Encerrada
a música-dança, a aula volta ao normal. O clima é pra cima. Há entusiasmo”.
Foi criada a aula-dança. O professor se pergunta:
“há significado pedagógico neste ato?” O trabalho pedagógico requer a oferta de
estímulos externos, já dizem os estudiosos da ciência da educação. No circo
armado na sala de aula, diferente do que embrutece e hipnotiza, “há
congraçamento e amizade no ato de aprender”.
A preleção lúdica do professor Benjamim,
substituindo a análise fria pelo júbilo e prazer da dança e da música, lembra
meu eterno professor Idalmo da Silva nos anos 70 em Itabaiana, saindo da sala
de aula diretamente para o boteco para continuar suas palestras didáticas sobre
política, sexualidade, literatura etc. Ousadia que lhe valeu a expulsão do
Ginásio Estadual.
Um dia, Idalmo achou de cantar uma modinha antiga
para explicar um conteúdo. A diretora foi até a sala: ─ “Está dando aula? O que
está havendo aqui?” Como se o que o professor estava fazendo não fosse aula.
Ainda bem que temos professores não acomodados como
Benjamim, dando seu show de educador, em atitudes restauradoras, longe do
quadro-negro e da mediocridade.
A
propaganda diz que o detector de IA mantém 99% de precisão ao analisar conteúdo
escrito por humanos. Garante 91% de precisão quando se trata de conteúdo gerado
por IA.
Estou revisando um livro meu. Fiquei pensando: e
se alguém achar que isso foi escrito por IA? Fui experimentar o detector de IA
com um parágrafo do meu livro, deu 79% feito por IA. Só que eu escrevi o livro
em 2015.
Estou lendo livro do jornalista Mauritonio
Meira. Ele nasceu no Maranhão. Diz no livro que “nordestino não tem educação
social”, citando o itabaianense Abelardo Jurema como um “cabeça chata” mal
educado. Será que os maranhenses não se consideram nordestinos?
Maranhão faz parte do
Nordeste, mas também é considerado parte da sub-região Meio-Norte. Por isso a
crise de identidade.
Outras pérolas de
Mauritonio Meira: “não se deve confiar em quem usa saia, especialmente mulher,
juiz, bispo e escocês”.
Ele ensina que “não se
deve beber uísque com guaraná. É cafona, pobre, sem educação social ou as três
coisas”.
A menos que o uísque
seja Drury’s. Não é exatamente um uísque.
"Se minha filha tirasse uma foto mostrando o
pinguelo dela e mandasse pra alguém, pra mim ela é uma rapariga! Tinha que dar
uma surra e botar ela nua na rua”. (Radialista Fabiano Gomes, no dia 4 de
dezembro de 2013, na Rádio Correio)
Rolava uma discussão com microfone aberto ao
público. Esse era o nível do rádio paraibano. Doze anos depois, quase nada
melhorou.
Tijolinhos também abrem feridas e cutucam memórias.
Hoje é o dia da festa da Imaculada Conceição,
padroeira da minha cidade, Itabaiana.
Nossa Senhora da Conceição - Rainha e padroeira de
Portugal e de todos os povos de língua portuguesa. Santa Ceiça fala português
fluentemente, conforme testemunho do padre Ciço.
Nossas camisas da Barata Press estão com valor
promocional de Natal. Encomende pelo 98773.5598.
No bairro Copacabana, Rio de Janeiro, tem a Praça
Serzedêlo Correia, chamada “Praça dos Paraíbas”. Lá faz praça um rapaz que se
diz cordelista. Copia meus folhetos e vende como se dele fossem.
O 2º Festival Literário Internacional da Paraíba
frustrou os autores que expuseram suas obras. Vendas abaixo do esperado. Eu
mesmo só vendi três livros nos três dias da festa.
Mas valeu porque conheci figuras singulares como o
escritor Palmeri Lucena, a poeta Francisca Vânia e o cantor Maurício
Makaperkum, da República de Cabo Verde.
Agradeço tardiamente aos companheiros Quelino
Souza, Sérgio Ricardo e Leonardo Leal pelo apoio ao estande da Sociedade Zé da
Luz.
Neste fim de ano, gostaria de receber de presente
uma agenda que realmente organizasse a vida, com uma visão abrangente e
flexível do meu caos particular.
Por exemplo, quando as coisas começarem a piorar na
cabeça e nos pés, pular logo para fevereiro que sempre será carnaval.
“Escolas militares são uma fraude e terreno
fértil para o fascismo." – (João Cezar de Castro Rocha no Bluesky)
Ele é professor e denuncia militarização do
cotidiano escolar, ausência de projeto pedagógico e uso das escolas cívico-militares
como laboratório da extrema direita.
Um capitão do Exército, em Olinda, agredia
cachorrinhos de rua, sem motivo nenhum. Foi acusado pelo Ministério Público
Militar e condenado a três meses de detenção.
“O mundo abandonou a Palestina. Não fizemos
absolutamente nada! Permitimos que destruíssem um povo inteiro.” (Pep
Guardiola)
“Sou um mambembe não remunerado da cultura de rua. Tenho ímpetos homicidas quando vejo um estúpido cagando regras e vomitando o que mal leu de outros idiotas nas tais mídias sociais”. (O bebinho, tio de Ameba)
Tijolinhos para o artista plástico Sandoval
Fagundes, aniversariante de sábado passado. (06/12)
VERSO DO DIA
Virgem Maria! o tempo quer me comer,
virei comida do tempo!
Me ajuda a parir esta ninhada de vozes,
me ajuda, senão
este conluio de sombras me sequestra,
me rouba o olho antigo e a paixão viva.
Adélia Prado

Nenhum comentário:
Postar um comentário