domingo, 8 de dezembro de 2019

POEMA DO DOMINGO



Quadrinhas infames

Os adágios, na verdade,
enganam a alma da gente
e depois da tempestade
o que vem é a enchente.

          ***

O contador se supera
No seu exercício findo
Quando, cansado, espera
E vai se prostituindo.

          ***

Restrito ponto de vista
Correndo na sua veia
Aquele cego odeia
O seu inútil oculista.

          ***

Conforme o versículo dez
Do infame documento
Não mude o regulamento
Passando a mão pelos pés.

          ***

Laranjeira pequenina
Carregadinha de flores
Caixa Dois de mil tumores
Dessas aves de rapina.

          ***

Escrevi teu lindo nome
Na palma de minha mão
Para lembrar do tesão
Antes que a idade me embrome.

       
          ***

De encarnado veste a rosa
Verde e amarelo o imbecil
Gado com febre aftosa
Vergonha do meu Brasil.

          ***

Batatinha quando brota
Se esparrama pelo chão
Essa quadrinha idiota
Dedico ao meu “Eu” anão.

          ***

A roseira desabrocha
Toma conta do jardim
O velhinho meio brocha
Introduz assim-assim...

F. Mozart 




Nenhum comentário:

Postar um comentário