domingo, 7 de agosto de 2016

POEMA DO DOMINGO

POEMAS MINIMALISTAS




Sem assento na cena
não declamo a fala
que me condena

* * *
Orgulho de cedro e passarinho,
o verão se desmoraliza
com El Niño.

* * *
Do mui sábio Salomão:
viver ou desviver,
eis a questão.

* * *
No tempo inominado
fui sem ter sido
nem criado

* * *
Deus não joga bozó
Darwin joga cartas
com uma mão só.

* * *
Num átomo de carbono
a vida boceja
cospe e cai no sono

* * *
Militante rebeldia
meu “eu-épico” vive e morre
todo dia

* * *
No campo de batalha
da vida essencial
morrem o bem e o mal.

* * *
Matematicidade
quanto mais velho fico
melhor idade.

* * *
Não curo
nem mato;
sou como pedra
em teu sapato.

* * *
Em mil vindas e idas
perdeu há muito tempo
o senso das partidas 

F. Mozart


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