quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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- Igreja de Juripiranga, onde ninguém vem ao mundo

Escrevi uma nota sobre cidade da zona da mata paraibana onde não se pode nascer por falta de uma maternidade. Recebi mensagens de perplexidade de muita gente por esse Brasil afora. Uma delas vem de Juripiranga, cidadezinha na fronteira de Pernambuco com a Paraíba. Joanes Leonel informa que lá, também, o cidadão não conta com esse serviço de saúde pública. Portanto, igualmente ninguém nasce em Juripiranga, com cerca de dez mil habitantes. Desses moradores, mais de noventa por cento não vieram ao mundo na sua cidade. As mulheres têm bebês em Pedras de Fogo, João Pessoa ou Itambé em Pernambuco.

A cidade jamais teve maternidade. Segundo Joanes, antigo prefeito tentou construir uma, mas ficou no alicerce e algumas paredes. Esse esboço de prédio hoje serve para abrigar 20 famílias carentes sem teto. Aproveitando o cenário, o vereador Jota Júnior se acorrentou na localidade tentando sensibilizar o prefeito para que fossem construídas as casas das famílias desabrigadas. Em 2004, o atual prefeito prometeu retirar as famílias do local, mas elas continuam morando no esqueleto daquilo que seria a maternidade.

Tom Maroja, o prefeito, disse na rádio comunitária local que já estava tudo pronto para concluir a maternidade, os recursos garantidos e já devidamente empenhados, mas com a saída do governador Cássio Cunha Lima a verba também foi embora, matando a esperança de se construir a maternidade.

Esses momentos surreais de (baixa) política é que fazem alguns moradores de Juripiranga terem vergonha de seus representantes e de não poderem ostentar em suas certidões de nascimento o nome de sua cidade. Cidadãos natos não há em Juripiranga, e isso também pertence ao domínio do absurdo.

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