domingo, 28 de junho de 2020

POEMA DO DOMINGO



Peguei numa clarineta
Eu peguei, mas não toquei!
Esse instrumento de sopro
Que na quarentena achei
Como estou sem fazer nada
Sua boquilha soprei.
Não sei se aprenderei
Mas já me vejo tocando
As mais belas melodias
O vizinho azucrinando
A minha consagração
E meu talento aflorando
Para os que estão zombando
De minha pose de artista
Digo que quanto mais velho
Mais chance de ser solista
A bagagem emocional
Revela a alma jazzista
Como um ermitão calculista
Tenho à disposição
O tempo todo do mundo
E também tenho a noção
Que posso mudar a vida
Desvelando aptidão
Se eu vou tocar ou não
Nessa bela clarineta
Satisfação pessoal
De fazer minha retreta
De sonhos e fantasias
Já vale a pena a veneta.


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