Crianças aprendem desde cedo a folgança do boi em Itabaiana |
O Bumba Meu Boi é tido como uma das mais ricas representações do folclore brasileiro. Segundo os historiadores, essa manifestação popular surgiu através da união de elementos das culturas européia, africana e indígena, com maior ou menor influência de cada uma dessas culturas, nas diversas variações regionais do Bumba Meu Boi. Existem festas similares em Portugal (Boi de Canastra) e no Daomé (Burrinha).
Suas variantes abrangem a denominação boi-bumbá, na Amazônia; boi-surubim no Ceará e boi-de-mamão, em Santa Catarina. Na sequência coreográfica, apresentam-se vários personagens, celebrando sempre o “boi”.
Suas variantes abrangem a denominação boi-bumbá, na Amazônia; boi-surubim no Ceará e boi-de-mamão, em Santa Catarina. Na sequência coreográfica, apresentam-se vários personagens, celebrando sempre o “boi”.
O bailado do boi é um costume enraizado na minha terra, Itabaiana, no agreste paraibano. A cultura do boi vem do fato histórico de que já tivemos a maior feira de gado do Nordeste, um dos maiores curtumes da Paraíba e uma indústria coureira florescente, que caiu em decadência com o advento do couro sintético. Ficou a tradição do boi que se vê principalmente no carnaval e no ciclo natalino. Para se ter uma ideia, mesmo com décadas de desprezo do poder público em relação à nossa cultura popular, nos dias de carnaval desfilam pelas ruas cerca de 35 blocos de boi numa cidade cuja população não chega a 25 mil habitantes. O boi é um folguedo que empolga dos mais jovens aos brincantes veteranos. Os meninos de Itabaiana crescem brincando de boi de carnaval.
De olho nesse aspecto de nosso folclore e com vistas à sua preservação como patrimônio imaterial da terra de Zé Especiá e Zé Leiteiro, (brincantes de boi muito famosos e já falecidos) o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar está elaborando projeto para realizar o primeiro Festival do Boi Bumbá. Se não for este ano, será no próximo.