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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O jornal JÁ fechou


Mas não se trata do tablóide sensacionalista publicado pelo Sistema Correio. É um jornal combativo do Rio Grande do Sul. O jornal quebrou por causa de ações judiciais movidas contra ele pelo ex-governador gaúcho Germano Rigotto e família. A perseguição judicial durou dez anos.

O JÁ ousou denunciar a maior fraude com dinheiro público na história do Rio Grande do Sul, de responsabilidade de Germano Rigotto e familiares. O seu irmão mais esperto, Lindomar, é o principal implicado entre as 22 pessoas e as 11 empresas denunciadas pelo Ministério Público e arroladas em 1995 pela CPI da Assembleia Legislativa gaúcha que investigou uma falcatrua na construção de 11 subestações da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Até hoje ninguém foi incomodado pela Justiça. O jornal alternativo JÁ, que denunciou o crime, pagou o pato.
Na Paraíba, a imprensa combativa morreu faz tempos. Ficaram alguns toqueiros a incomodar um e outro por míseros reais. Abro aspas para o jornalista Anco Márcio: “No rádio da Paraíba não se faz porra nenhuma a não ser falar em política, entrevistar político e fazer perguntas sobre política. Parece que todos os radialistas e toqueiros paraibanos, viraram de uma hora para outra, analistas políticos e, motivados por duzentos daqui, trezentos dali, contam as façanhas e desditas da politicalha local.”

O nosso “JÁ” é a principal fonte de informação do povo. Vendido a 25 centavos, traz na capa invariavelmente fotos de mulheres nuas e cadáveres ensanguentados. Depois do Big Brother, é a mídia preferida do povão. Até os bandidos “canalhas, tarados e sem vergonha” que aparecem no jornal gostam de ler a publicação. Manchetes comuns: “Bala no chifre do marido”. “Marido brochou e mulher corta seu pênis”. “Sangue e tripas de fora na favela”. O povo gosta de fofoca, sacanagem e escândalos, segundo a ótica dos que vivem de vender esse tipo de jornal.

Acreditem, saiu uma manchete assim num desses jornais: “Aluno é expulso por causa do chulé. Mãe revoltada diz que a coisa vai feder pro lado da professora”. Eles chamam isso de criatividade e dinamismo.

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