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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Diário Secreto do Ameba



HOJE AMANHECI feliz como Lula que tem uma namorada. Apesar de eu não ter nenhuma. Só acho que, se o companheiro Lula casar, adeus “Lula livre!”

TOU FAZENDO UBER que é pra pagar as contas. Peguei um pastor fundamentalista como passageiro, o bicho mandou eu desligar o rádio porque “rádio é coisa de Satanás e no tempo de Jesus não tinha rádio”. Mandei ele descer e pegar um camelo. “No tempo de Jesus também não tinha Uber”, justifiquei.

FALANDO EM PASTOR, o outro disse que a esquerda ta fazendo feitiçaria, por isso o governo de Bolsonaro não ta dando certo. Ameba de Oxalá manda dizer que se fosse Presidente, nomearia um ministro da umbanda pra fechar o corpo do país. Despacho presidencial seria na sexta-feira numa encruzilhada. O Ministro Tranca-Rua seria o responsável pelo despacho presidencial.

NO DIA 30 DE MAIO eu não vou pra manifestação contra Bolsonaro. É tanta coisa errada nesse país que, se for pra rua protestar contra os mal-feitos, capaz de nunca mais voltar pra casa.
O PASTOR AMEBA ENSINA QUE DEUS É CARNÍVORO, NÃO É VEGETARIANO - Eva pariu Caim e Abel. Caim, por inveja, matou Abel e fugiu. Abel era pastor de ovelhas, matou um bode e levou a buchada pra Deus como oferenda e Deus gostou. Caim era lavrador, levou umas ervas, um pé de coentro e umas cenouras pra Deus que não gostou da oferenda vegana. Resultado: Caim vegano matou Abel carnívoro por pura inveja, porque Abel fez um churrasco no grau pra Deus.
AMEBA, o canabista: “Se nas universidads federais só passa maconheiro, porra, porque não legaliza logo essa erva da sabedoria!”
O feiticeiro das quengas, Olavo de Cavalo disse que não se mete mais em política do Brasil. Nós todos apelamos: Volte, Olavo, tava tão bonzinho! A briga de Olavo de Caralho com os milicos tava animando o quartel todo. Mas Olavo disse que quem tem horóscopo tem medo.
ESSES CHINESES SÃO SAFADINHOS E A GENTE PÉNSAVA QUE ERAM TODOS SÉRIOS. Na China, inventaram um limpador de latrina com a cara do Donald Trump. As vendas dispararam. Custa 10 reais.
OUTRA PALAVRA DE ORDEM NA MANIFESTAÇÃO CONTRA O ARROCHO DE BOLSONARO NAS UNIVERSIDADES: “Quero estudar pra ser inteligente – de burro já basta o Presidente.”
MINISTÉRIO PÚBLICO desconfia que o filho do Bolsa, Senador Flávio, é um rapaz muito higiênico, adora lavar dinheiro. Análises revelam que as cédulas de dinheiro contém centenas de espécies de micro-organismos, além de traços de material genético tipo coliformes fecais e até cocaína. Por isso Flavinho lava sua grana com ajuda da família.
Revelado o significado do GRUPO G 10 de deputados na Paraíba. É dez por cento!
FLÁVIO BOLSONARO acha que o Brasil só vai ser respeitado no mundo quando tiver a bomba atômica. Atualmente, o Exército só treina guerra atirando em civis desarmados. Mas não tem arsenal pra uma guerra de verdade. Por exemplo, se o Bolsonaro surtar e abrir guerra contra a Venezuela, vai faltar projetil. Na qualidade de cabo reformado por indisciplina e gonorreia, eu garanto que o soldado brasileiro é foda, luta com o que tiver. Temos bombinha, estalinho, estilingue, buscapé, morteiro, rojão, barbantinho fedido (peido de velha), zarabatana.


domingo, 26 de maio de 2019

Poema do domingo




Fui hippie, já não sou
um utópico me disse
que o sonhou acabou

Lógica de arrebol
mesmo estando só
insiste em ser sol

Momento orgasmo
o corpo assume o leme
e goza, pasmo

Construo-me maldito
em prosa, verso,
gesto e grito

Músico suicida
feriu sua corda
mais sustenida


domingo, 19 de maio de 2019

POEMA DO DOMINGO




Um sol doente
vomita o dia
rasga o poente

***

Amanhã já foi
hoje nem era
rumina o boi

***

O velho céu
da lua nova
levanta o véu

*** 

Lésbicos conceitos
não lembra do primeiro sutiã
mas do primeiro par de peitos

***

Venho por meio desta
dar-te meus sinceros pêsames
e um tiro na testa

***

Vai a knockout
Em dor obrigatória
Day in day out

***

Na dobra da dobra do pensar
jaz o poema natimorto
uma não-ideia que virou aborto

*** 

Escritura elétrica
o poema chispa
descarga estética

*** 

Malícia supina
gingado de moça
voo de menina

***

Esquivo
o timorato morre
para parecer vivo

***

Custa crer
que o cego usa óculos
para não ver

***

O tarado copulando
perpetuando a ignomínia
da espécie

***

Mestre, dance no tablado!
função do mestre é amestrar
pra isso foi amestrado

***

Com requinte de crueldade
o mentiroso não mente
só aprimora a verdade

***

Fora da zona de conforto
morreu pela segunda vez
quando nasceu estava morto

***

Um cego que sempre vê
o vate radiografa
a íntima visão do ser

***

Professora fazia a chamada:

--- Fábio Mozart
--- Ausente
--- Você está aí!
--- O corpo são, mas a alma doente.

Foi quando comecei a fazer poesia. E nem sabia.



quinta-feira, 16 de maio de 2019

MULTIMISTURA, do jeito que o diabo gosta


Vereador na região de Itabaiana ganha o Troféu Bolas de Ouro de Puxa Saco da Semana no MULTIMISTURA

BLOCO 1

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Cantor da Paraíba chama ex-governador de “ratazana do rabo de dinossauro” e ganha mais um processo.

Cientistas confirmam que quem escuta MULTIMISTURA não pega fila no inferno, entra direto sem escala. 

BLOCO 2 
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Este bloco do MULTIMISTURA contém piada homofóbica geriátrica. Proibido para menores de 80 anos. A pior anedota já registrada no anal da casa.

BLOCO 3

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A evangélica que foi para o motel com o diabo e levou um xexo. Essa e outras chanchadas demoníacas no MULTIMISTURA.
Bloco 4 












segunda-feira, 13 de maio de 2019

MULTIMISTURA, baluarte da gozação anarquista na rádio web da Paraíba, completa três anos



Nesses três anos tivemos dez ouvintes fiéis. É igual a torcida do Auto Esporte: dá pra contar nos dedos. É normal quatro amigos se reunirem semanalmente numa mesa de bar, aliás, num estúdio improvisado, pra fazer um programa de rádio web que ninguém escuta? Chegamos a um consenso e criamos essa frase filosófica arretada: o importante não é perder ou ganhar, o que vale é empatar e sair pra prorrogação com mais uma saideira. O bom é falar besteira sem ninguém policiar, sem medo de ser feliz ou idiota. Isso é que é terapia, o resto é curandeirismo de Madame Preciosa, nossa madrinha sexual oculta.
O bocó que votou no Bolsonaro não escuta o MUTIMISTURA. Outro que nos rejeita: o mentecapto falsamente moralista e o politicamente correto. Nosso patrono é Ameba, uma espécie de canalha do bem, aquele que cunhou essa frase canalha: “no Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte”.
O MULTIMISTURA rola na Rádio Zumbi, Rádio Cuiá, Rádio DiarioPB e Tribuna do Vale. Todo dia tem reprise às 12 horas. Nossa sessão de gravação só acontece uma vez por semana. É como disse meu amigo Alexandre Dumas, um pinguço francês metido a escritor: “Prefiro os canalhas aos imbecis. Pelo menos os canalhas descansam de vez em quando”.



domingo, 12 de maio de 2019

POEMA DO DOMINGO




Se da sua hipocrisia
Você bem se abastece
Fazendo até uma prece
Para marcar esse dia
Querendo ser boa cria
Romantizando o anseio
Com pieguice e arrodeio
Seja o rei da falsidade
Finja que é de verdade
Mas não bote a mãe no meio

sábado, 11 de maio de 2019

Programa “Alô comunidade” muda de horário e entrevista itabaianense sobre cultura local


O programa “Alô comunidade” terá sua primeira edição em novo horário na Rádio Tabajara da Paraíba AM (1.110 KHZ) neste sábado, dia 11 de maio, quando passará a ser transmitido às 11 horas da manhã. Na edição deste sábado 11, o programa recebe a jornalista Nini Soares, Presidente da Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz, que falará sobre sua cidade no mês de aniversário de emancipação e sobre a cultura local.
O “Alô Comunidade” é um programa da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e transmitido pela Rádio Tabajara (1.110 AM), retransmitido por oito rádios comunitárias e diversos blogs e sites, numa produção da Sociedade Cultural Posse Nova República, Academia de Cordel do Vale do Paraíba e Coletivo de Jornalistas Novos Rumos. No pós rádio, o programa é veiculado pelo Youtube e retransmitido todos os dias a partir das 14 horas no blog da Rádio Zumbi: http://radiozumbijp.blogspot.com/
O programa vai ao ar todos os sábados às 11h, com apresentação e produção de Dalmo Oliveira, Fábio Mozart e Beto Palhano, reportagem de Fabiana Veloso e Marcos Veloso. 



quinta-feira, 9 de maio de 2019

Viola de versos dedilha a crônica de minha terra em seu aniversário





Meu folheto “A história de Itabaiana em versos” será relançado no dia 24 de maio, data histórica da Batalha do Riacho das Pedras, a mais importante batalha pela independência realizada na Paraíba. De um lado, os Republicanos da Confederação do Equador, que lutavam contra o absolutismo do Império; do outro, os Legalistas, conservadores, aliados de Dom Pedro I. Esta e outras peculiaridades históricas da velha Itabaiana do Norte eu narro em sextilhas. O chassi dessa crônica é o velho metro e a acentuação fonética da literatura de cordel, gênero nascido na Paraíba e hoje espalhado pelo Brasil. Do cordel também tirei a simpleza do relato, que vai voando como anjo pelas curvas do espaço e do tempo de nossa ancestralidade.

         Sei que fiz um bom cordel. Reconhecendo o valor até pedagógico da obra, o então vereador Semeão Rodrigues apresentou projeto em 2014 na Câmara de Vereadores de Itabaiana propondo que o folheto passasse a fazer parte do conteúdo curricular dos alunos da rede pública municipal. O escritor Damião Ramos Cavalcanti, atual Secretário de Cultura do Estado da Paraíba, manifestou satisfação pela apresentação do projeto. “O jornalista, poeta e agente cultural Fábio Mozart tem se revelado timoneiro nos mares da cultura itabaianense. Saber a história da nossa terra é reconhecer, no passado, nosso berço, nossa casa, nossas raízes e, sobretudo, nossos valores, para conhecermos melhor o presente e prevermos melhor o futuro. Se esta obra nos motiva reconhecimento, com certeza, as futuras gerações serão gratas”, afirmou Damião. Os vereadores não pensavam assim e derrotaram o projeto de Semeão. Não fiquei comovido nem surpreso com isso. Não vem ao caso saber porque um vereador não consegue enxergar uma perspectiva maior do que seus limitados domínios e perspicácias. O que importa mesmo é saber que a memória de nossa terra, suas linhas certas e incertas, libertam-se de toda incivilidade e miopia, voando leves e limpas pela força irreversível da verdade histórica, buscando a eternidade.





quarta-feira, 8 de maio de 2019

QUEM LÊ MEU LIVRO




O poeta Raniery Abrantes com meu livro “Artistas de Itabaiana”. Raniery é o mais novo confrade da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, autor do “Jardim de amores”, onde ele canta as mulheres, mas no sentido lírico poético!


quarta-feira, 1 de maio de 2019

ORELHA DO LIVRO DE THIAGO ALVES



Um livro não precisa de orelhas porque não pretende usar óculos, conforma chacota de um tal Maciel Caju, crítico de fancaria. Este livro carece de orelhas porque ele é um produto mental de um sujeito que construiu sua reputação dentro dos preceitos do conservadorismo. Tudo certinho conforme as normas, respeitando a tradição e os bons costumes em suas várias dimensões. É um livro de poemas regionais com toda sua carga humana e reflexiva, um lirismo presente em sua linguagem e em seu conteúdo com forte carga de humor, o que é mais interessante.
A pesquisadora Mariella Masagão diz que, desde que os poetas aboliram o verso, a rima e a métrica, a poesia brasileira vem ficando sisuda e hermética. Não sei se concordo. Entretanto, onde é que você vai encontrar o humor mais puro senão nas cantorias dos repentistas e nos folhetos de feira? Cordel é uma narrativa poética popular escrita com métrica e com rimas soantes. É nessa fonte saborosa onde bebe meu compadre Thiago Alves, por isso sua poesia não é carrancuda.
Thiago Alves é um poeta cuja obra está em progresso. Vai maturar ainda, dentro da sazonalidade própria da arte. Por enquanto, essa primeira safra mostra que o cultivo foi sereno em nome de uma poética autentica, humilde e encantadora. Lavrando seus textos com a enxada do amor telúrico, Thiago Alves fixa seu ponto de vista poético com temas da intimidade de suas coisas e espaços de vivência. Incluindo aí sua experiência pessoal com o sagrado.
Conforme o protocolo, aqui vai meu texto de admiração de quem conhece o artista desde tempos imemoriais quando juntos cultivávamos os versos brutos do trabalho comum na estrada de ferro. Desde então, Thiago Alves vem revelando sua sensibilidade e inteligência emocional para brincar com as palavras e conduzir seu trem no ramal do lirismo.