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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Viola de versos dedilha a crônica de minha terra em seu aniversário





Meu folheto “A história de Itabaiana em versos” será relançado no dia 24 de maio, data histórica da Batalha do Riacho das Pedras, a mais importante batalha pela independência realizada na Paraíba. De um lado, os Republicanos da Confederação do Equador, que lutavam contra o absolutismo do Império; do outro, os Legalistas, conservadores, aliados de Dom Pedro I. Esta e outras peculiaridades históricas da velha Itabaiana do Norte eu narro em sextilhas. O chassi dessa crônica é o velho metro e a acentuação fonética da literatura de cordel, gênero nascido na Paraíba e hoje espalhado pelo Brasil. Do cordel também tirei a simpleza do relato, que vai voando como anjo pelas curvas do espaço e do tempo de nossa ancestralidade.

         Sei que fiz um bom cordel. Reconhecendo o valor até pedagógico da obra, o então vereador Semeão Rodrigues apresentou projeto em 2014 na Câmara de Vereadores de Itabaiana propondo que o folheto passasse a fazer parte do conteúdo curricular dos alunos da rede pública municipal. O escritor Damião Ramos Cavalcanti, atual Secretário de Cultura do Estado da Paraíba, manifestou satisfação pela apresentação do projeto. “O jornalista, poeta e agente cultural Fábio Mozart tem se revelado timoneiro nos mares da cultura itabaianense. Saber a história da nossa terra é reconhecer, no passado, nosso berço, nossa casa, nossas raízes e, sobretudo, nossos valores, para conhecermos melhor o presente e prevermos melhor o futuro. Se esta obra nos motiva reconhecimento, com certeza, as futuras gerações serão gratas”, afirmou Damião. Os vereadores não pensavam assim e derrotaram o projeto de Semeão. Não fiquei comovido nem surpreso com isso. Não vem ao caso saber porque um vereador não consegue enxergar uma perspectiva maior do que seus limitados domínios e perspicácias. O que importa mesmo é saber que a memória de nossa terra, suas linhas certas e incertas, libertam-se de toda incivilidade e miopia, voando leves e limpas pela força irreversível da verdade histórica, buscando a eternidade.





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