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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ravi vem aí

Arnaud Neto tocando flauta na sua banda. O filho Ravi vai crescer ouvindo acordes dissonantes numa família amiga da harmonia 

Quando se chega na tal da idade madura, meia idade, ou melhor idade, ou o que diabo se chame essa parada depois dos cinquenta, quando a gente começa a dizer ai quando senta e ui quando levanta, acaba um pouco nossa expectativa quanto ao resto da humanidade. Esse indecente instinto egoísta que nos deixa um tanto indiferentes quanto ao destino do mundo, já que estamos, de certa forma, começando a arrumar as tralhas pra partir pro andar de cima.  O cara fica meio acuado, sem querer saber mais de quase nada.

Assumo que entrei nessa fase, mas hoje até que me interessei mais pelo destino desse mundinho sofrível, sabendo que nascerá meu primeiro neto, filho de Arnaud Neto, o Arnaud do Sax. O futuro cidadão ganhará o nome de Ravi.

Ravi é um nome sânscrito, significando sol. Certamente foi escolhido pelo pai, homenageando Ravi Coltrane, filho do legendário saxofonista John Coltrane, que por sua vez recebeu esse nome para lembrar o grande sitarista Ravi Shankar.
Quando o Ravi ficar rapaz, vai saber que seu nome corresponde a generosidade, caridade e companheirismo. Vai exercer uma atividade ligada a isso, de entender as necessidades dos outros, sempre pensando num mundo melhor, segundo vaticínio dos antigos estudiosos desses lances exotéricos. Conforme garante estudo da Northwestern University, nos Estados Unidos, um nome pode ter um impacto profundo sobre a criança e repercutir muito na idade adulta. Pode influenciar mesmo a forma como elas pensam em si mesmas e a forma como as pessoas pensam sobre elas. Ravi é um bom nome para se carregar vida afora.

Parabéns a Louise de Miranda e Arnaud Neto, os pais de Ravi, e que ele não seja um menino muito chato porque aí vai bater de frente com o avô, um chato de galocha, tamanco e guarda-chuva. 

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