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POEMA DO DOMINGO
Jorginho
Jorginho
Ainda não
nasceu,
Ta escondido,
com medo
No ventre da
mãe.
Quando chegar
Não vai
encontrar pai,
Que saiu pra
trabalhar
E nunca mais voltou
Pra jantar.
No barraco em
que vai morar
Cabem dois,
Mas é com dez
Que vai ficar.
Sem ter o que
mastigar
Nem leite para
beber
Vai ter a
barriga inchada,
Mas sem nada
pra cagar.
Não vai para a
escola,
Não vai ler
nem escrever
Vai cheirar
cola
Pedir esmola
Pra
sobreviver.
Não vai ter
sossego,
Não vai
brincar.
Não vai ter
emprego,
Vai camelar.
Menor carente,
Vai ser
infrator
Com voto de
louvor,
Delinquente.
Não vai ter
Páscoa
Não vai ter
Natal
Se for
esperto, se mata
Com o cordão
umbilical.
Sérgio Vaz
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