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domingo, 15 de março de 2015

O Sarau das Almas rolou no Café Sivuca

Turma de violão do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar no 1º Sarau das Almas

O número de seletos convidados que compareceram ao 1º Sarau das Almas chegou a umas setenta pessoas, fora o público adjacente que não coube no espaço. Esse projeto nasceu com o grupo de poetas e artistas no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, com a liderança da poeta Renaly Oliveira que acaba de tomar posse como Coordenadora do Núcleo de Patrimônio Histórico e Artístico do Ponto de Cultura. A galera pretende repetir todos os meses, com sessões temáticas, apresentando um artista, um filme, um lance marcante qualquer que tenha ligação com a cena artística da velha Itabaiana do Norte.

O que é um sarau? Um sarau é uma espécie de confraternização entre artistas, um evento cultural onde as pessoas se encontram para se manifestarem artisticamente. O sarau das almas quer juntar almas boas, generosas e descontraídas para cantar, declamar poesia, tocar, comer pizza e até reclamar da vida, desde que de forma leve e descontraída. Sem neuras nem bandeiras.

Renaly Oliveira, idealizadora do projeto, explicou que o nome vem da antiga grafia de Itabaiana, que era Tabaiana, “morada das almas” em tupi guarani, porque aqui existia um cemitério dos índios cariris antes da colonização portuguesa.

Fred Borges, ator que também deu sua contribuição ao evento, tem outra interpretação para o nome do projeto. Segundo ele, trata-se de um lance público, onde baixam almas de todo tipo: almas de luz, almas meio apagadas, os espíritos de porco, almas gêmeas, almas multi-expressionais e até almas sebosas.

Na noite de ontem, a galera prestou homenagem às mulheres da luta, mas também aquelas mulheres da alegria e do carnaval. Aqui em Itabaiana temos duas delas que receberam o Prêmio Leonilla Alnmeida. A primeira é uma senhora que é o símbolo vivo do nosso carnaval, que é Mocinha Lopes, a dama do Zé Pereira, esse bloco tradicional que abre o carnaval da cidade. A outra é Do Carmo, mulher operária da alegria e da cultura popular, que dedicou sua vida à festa e às tradições do seu povo. Teve também a ilustre presença da atriz Zezita Matos, a ativista social Clareana Cendy, a fotógrafa Fabiana Veloso e a minha comadre Mariah Marques, representando as mulheres de terreiro, além das professoras Neide Vicente e Da paz. 

Enfim, foi uma noite de almas merecedoras de preces, aplausos e reconhecimento. Alma boa, alma má e alma tendenciosa, tudo há no mundo dos desencarnados, igualzinho aqui. No Sarau das Almas, entretanto, só fazemos questão que sejam almas pensantes. 

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