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sábado, 6 de setembro de 2014

Não seja importante, seja útil


O velho Leão rindo à toa com o presente que acaba de ganhar. Um violino para o Núcleo de Música do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, de Itabaiana. Nessa vida atroz e dura, a gente só tem alegria quando vislumbra a possibilidade de dar alegria a alguém. Eu penso no prazer da criança que irá aprender a magia da música neste instrumento.

Não queremos glória. Aos felizes, basta o prazer de doar um pouco de sua vida à comunidade. Os desgraçados que procurem a glória.

Nosso projeto de disseminação da cultura vive assim da ajuda das pessoas solidárias. Às vezes penso que isso de viver na corda bamba, sofrendo os rigores da escassez de recurso, é uma coisa boa para o criador, para o artista. Segundo Romain Rolland, o rico não pode ser grande artista, porque precisaria mil vezes mais gênio do que se vivesse em condições desfavoráveis. Deduzo que a pobreza é o caldo de cultura da produção artística, mesmo porque o homem só cria diante da necessidade.

O doador do violino é um músico, um predestinado para essa arte, que vem a ser meu filho mais novo, Maximilien Robespierre Mozart. 

Entre você também nesse círculo de luz da solidariedade, doando violões, encordoamento, cadernos de música, estantes e outros instrumentos. Pode também se oferecer para pagar um mês de energia, ou ajudar no custeio de viagem dos nossos voluntários. Agora mesmo estamos começando oficina de teatro e curso de espanhol. O teatro é com o mestre Luiz Carlos Cândido, e espanhol vai ser ensinado pelo professor Normando Reis. Um mora em João Pessoa, o outro em São José dos Ramos. Necessitam de passagem e estada, dois dias por semana. Não temos nenhum recurso, só dependemos da boa vontade dos amigos. E tudo transparente. Prestamos contas em nosso blog: www.pccn.wordpress.com

Oxalá, o menino ou menina que vier a ferir as cordas deste violino, lance acordes de paz e fraternidade pela caixa de ressonância, e através dele venha a encaminhar sua vida para o bem de sua gente e para a beleza da arte. Por enquanto, nosso violino quer chamar sua atenção para o compasso da solidariedade, quebrando um pouco a dinâmica estonteante do egocentrismo que se vê hoje em dia.


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