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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eu sou um fenômeno!

A profissão de jornalista é uma arte, uma atividade intelectual que não deve ser restrita a um diploma. Este foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal que derrubou no Brasil a necessidade de diploma para o exercício jornalístico ao julgar a inconstitucionalidade do Decreto-Lei nº 972/69, da época dos militares.

A obrigatoriedade do diploma para exercer jornalismo foi imposição da Ditadura Militar, na ânsia de controlar o pensamento da Nação. Escrever é uma arte, assim como informar, investigar, divulgar e opinar, independente de diploma.
Eu sou jornalista desde 1970, portanto faz 44 anos que mexo com informação. Naquele ano, editei meu primeiro jornal, o “Jornal Alvorada”.

Atualmente, atualizo quatro blogs na internet diariamente: um de notícias gerais da região de Itabaiana, um com temática de comunicação comunitária, outro do Ponto de Cultura e este, minha Toca do Leão. Uma pena e uma lástima que o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba não me quis nos seus quadros porque não tenho diploma. Sinto muito por eles, que deixam de contar como associado o jornalista mais maluco do pedaço. Sim, porque eu me considero um fenômeno. Eu sou um camarada que provoco o fato e depois divulgo em forma de notícia. Tem aquele jornalista do “Jornal do Poste”, parece que é de Minas, que todo dia redigia seu jornal e colava nos postes da cidade. Quando não havia nenhum fato jornalisticamente interessante, ele criava, isso é, ele mesmo era a notícia ou provocava uma ação que merecesse manchete.

Com essa tal de rede social, fica fácil pegar entrevistas, filtrar boatos e montar notícias frescas, conteúdos originais que só você tem. Ainda mais numa região onde o fazer jornalístico ainda é incipiente, a turma apenas copia e cola ou redige notinhas toscas repletas de erros e jornalisticamente capengas. Não tem nem como copiar dos colegas, que eles já copiam de outras fontes.

Isso de me considerar fenômeno é pura cretinice sob controle, que eu tenho aquele tal de simancol e autocrítica. Mas, sou mesmo uma atípica criatura desse ofício de escrever que ainda o faço por puro prazer. Não careço de diploma para gostar do meu ofício, que sou amador desde sempre. Amador é quem ama o que faz, independente de pagamento pecuniário.


2 comentários:

  1. Eu peço liçença para escrever este texto de Rubem Alves,pois acho que tem tudo a ver com o que o senhor acaba de escrever.
    'A vocação nasce com a gente.Misteriosamente.Ela é o nosso caso de amor
    com algo que se faz .A diferença entre quem trabalha por profissão e quem
    trabalha por vocação: o primeiro trabalha pelo ganho,o segundo seria capaz
    de pagar para poder fazer o seu trabalho.
    Trabalha como quem faz amor,como quem brinca."

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  2. Meu amigo Fábio é um grande jornalista, diga-se de passagem!

    Uma figura ímpar, antenada com o presente e construtora de um futuro que vislumbra melhor para a humanidade!

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