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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dia do ferroviário


Antiga estação ferroviária de Sapé, demolida por um prefeito sem noção

Depois de ver exterminada a ferrovia da Paraíba e do Nordeste, pergunto-me se ainda existe motivo para assinalar o dia do ferroviário. Não tenho o que escrever sobre o ferroviário, apenas lembranças do meu tempo de trabalhador da linha férrea.

Fui ferroviário por 25 anos. Houve época em que fui bilheteiro de trens de passageiros, agente de pátio, telegrafista, manobrador, auxiliar de agente de estação e eventual maquinista. Da minha geração, todos foram demitidos ou aposentados.

A ferrovia acabou, ela que foi a segunda maior rede do mundo em tempos idos. Nesses anos todos, a ferrovia construiu uma cultura que é preciso preservar. As causas do desaparecimento dos trens são várias, mas a maior, eu acho, é nossa dependência econômica das nações poderosas. Um país continental como o nosso não poderia prescindir do trem.

O trem fez nascer cidades e vilas, ajudou a desenvolver o interior do país. Em 1858, o trem surgiu no Nordeste e foi um dos maiores fatores de desenvolvimento da região. O governo Collor, com sua proposta neoliberal, começou a privatizar a ferrovia, aliás, deu de graça os ramais. Depois de alguns anos, não temos mais ferrovia nenhuma, virou pó um patrimônio imenso, liquidado em 1999, ano em que deixei a Rede Ferroviária Federal.

Poema fraco


 
Há uma conspiração universal contra minha carreira de poeta. Já tentei escrever uns versinhos, mas recebo sempre injeções maciças de desestímulo, até mesmo de um sujeito que é um modelo de gentileza, meu compadre Maciel Caju. Imaginem que comecei a esboçar um soneto e afetuosamente levei ao compadre Maciel para sua apreciação, ele que é um poeta dos melhores. Após ler o esboço, foi categórico:

− O outro é melhor.

− Que outro?

− O que você ainda vai escrever.

Acabou com meu deslumbramento apenas com essa piada infame. Com um sorriso maquinal, tentei defender minha poesia, reduzida a nada pelo meu compadre. Sua erudição é o que me encabula! Pois me fez ver que um crítico disse a mesma coisa do grande escritor inglês Oscar Wilde: “a sua maior e mais bela obra é aquela que ele não escreveu”.

Mesmo assim insisto em abrir uma pequena clareira jubilosa na floresta dos inimigos de minha poesia, esses sorumbáticos que não reconhecem uma obra prima. Eis o poema, que passei duas semanas burilando:

SONETO DA CRIAÇÃO


O rio não quer ir à parte alguma,
Ele apenas quer ser livre, não cativo
De um destino inexorável e incisivo
Que ao final se desvanece qual espuma.

Rio bravo que extrapola do seu leito
Em momento de extrema liberdade,
Na caótica desordem que invade
Os limites do certo e do direito.

É assim o artista na porfia
Do momento supremo e criador
Quando brinca de Deus e traça o mundo
De acordo com sua sinfonia.

Na verdade, isso nem chega a ser um soneto, que o formato é outro. Outra verdade: meu talento como poeta é feito aquela linha imaginária do horizonte que vai recuando, sempre distante dos que caminham em sua direção. Reconhecendo minha limitada inspiração, admito ainda que “caótica desordem” é um pleonasmo de lascar, redundância que deixo na conta da “liberdade poética”.

 Mas voltemos ao Maciel Caju, este sim, um poeta genuíno. Na apresentação de um livrinho que lancei em 1998, ele escreveu: “Fábio Mozart é poeta num país em crise crônica, por isso faz uma poética adstringente e amarga. Poesia fácil de ser compreendida, ainda assim o trabalho de Fábio Mozart não se enquadra no simplismo sem essência. O poeta desenvolve sua arte numa perspectiva sociológica. Sua poesia faz com que o leitor saia do seu egocentrismo para refletir sobre a nossa realidade.”

Resumindo: ele achava que eu faço poesia de protesto. Confesso que cansei de protestar e de fazer poesia. Esse quase soneto foi uma tentativa de retorno à companhia das musas, delito do qual já me arrependo. Mas fiquei ressentido com o menosprezo de Maciel. Ninguém gosta que maltratem seu filho, por mais feio que seja.

domingo, 29 de abril de 2012

EL THEATRO em nova edição

Na Internet, nova edição do

APRESENTANDO:
Matéria da Capa: “A Papisa Joana”
Ponto de Vista: Como Votar
Filme Completo: “Tempos Modernos” (Chaplin)
Palco & Plateia: “São Paulo – Uma Campina Grande, grande”
Artes: “Mariachi”, agora patrimônio da humanidade (música);               Crítica de Cinema: “Eu receberia as piores notícia dos teus lindos lábios”, por Antonio Carlos Egypto.
Novas Opiniões de: Braulio Tavares, Damião Ramos, Elpídio Navarro, Fábio Mozart, Fernando Vasconcelos, José Nêumanne Pinto, Laerte Braga, Luiz Alberto Machado, Maria das Graças Santiago, Walter Navarro e W. J. Solha.
Destaques: Anjos, Caçoá do Wilmar, Caldeirão Político.
Política: Peluso manipula resultados de julgamentos, diz Joaquim Barbosa.

BOA LEITURA E GRATO PELA ATENÇÃO

 

RADIOJORNALISMO | Alô Comunidade! chega à sua 45ª semana na Tabajara AM


Jacinto Moreno e Marcos Veloso

Trechos em vídeo do programa Alô Comunidade! gravados ao vivo neste sábado, 28/04, no estúdio da Tabajara AM. 

Locução e apresentação de Fábio Mozart, Adriana Felizardo, Jacinto Moreno e Marcos Veloso. Produção de Dalmo Oliveira, Fabiana Veloso e Fábio Mozart. Assistência de estúdio de Dalmo Oliveira, Fabiana Veloso e Jacinto Moreno. Sonoplastia de Luciano Jr.

VEJA EM:

http://www.diretodosanhaua.com.br/?p=1280


POEMA DO DOMINGO



CHOVE?

Chão esturricado
Pastagem queimada
Formiga carregada
Pro seu reservado.

A nuvem bordada
O sol cintilante
O ciclo distante
Na lua encarnada.

E a velha enxada
Num canto encostada
Esperando a batida...

O agricultor 
com seu desengano
Será que esse ano
Teremos comida?


Orlando Otávio

Nação Zumbi


DA ESQ. PARA A DIR.: Dalmo Oliveira, Jacinto Moreno, Estelizabel Bezerra, Adriana Felizardo, Fábio Mozart e Marcos Veloso

Esse povo faz a Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, ontem entrevistando a pré-candidata a prefeita de João Pessoa, Estelizabel Bezerra, que garantiu: se eleita, vai dar cartaz às rádios comunitárias, jornais de bairro, difusoras e produtoras de TV comunitárias. E incentivou os comunicadores populares a lutar pelo Conselho Municipal de Comunicação, para uma cidade mais democrática.

Sabe-se que o Conselho Municipal de Comunicação pode ser instituído por meio de decreto do prefeito. Mas, difícil ter um prefeito disposto a democratizar as políticas de comunicação no município. O jogo de interesses é pesado.

Estelizabel mostrou-se uma pessoa simpática, com muita lucidez. Sua popularidade começa a deslanchar, contrariando certas análises políticas de porta-vozes do status quo. Diante das contradições e dificuldades da política local, Estelizabel Bezerra vem tirando de letra as tensões e problemas. Desafios não esmorecem essa mulher corajosa e capaz.

Valeu, Estelizabel! Gostei de conhecer a figura.

sábado, 28 de abril de 2012

POUCAS E BOAS DO SÁBADO



De Campos do Jordão escreve uma moça por nome Silvana, dizendo ser filha de Itabaiana, trabalhando hoje em um hotel naquela cidade balneária. Ela disse que é sobrinha de Ronaldo, mais conhecido por Zé do Padre. Todo ano ela visita Itabaiana e mandou perguntar sobre as novidades do lugar. Minha amiga Silvana, a última notícia da terra de Biu Penca Preta é que o mosquito da dengue será nomeado patrimônio cultural da cidade.

Eu ando mais lascado do que maxixe em cruz, por isso acho que não irei à Rádio Tabajara hoje, apresentar o programa “Alô comunidade”! Na verdade, meus comparsas Dalmo Oliveira e Marcos Veloso também estão doentes, e nem sei como vai ser feito o terêtetê hoje. A pré-candidata a prefeita de João Pessoa, Estelizabel, ficou de aparecer para dizer o que pensa da comunicação alternativa e da cultura periférica da capital.

Meu compadre Geraldinho desistiu de sair candidato a vereador em Itabaiana. Menos uma opção de qualidade para o eleitor ainda esperançoso em alguma renovação na Câmara.

Exemplo perfeito e acabado de um jovem do bem, Geraldinho mereceria meu voto. Até havia bolado uma frase para sua propaganda: “Porque a gente tem direito a uma sociedade decente”.

Alternativa vil e constrangedora é também escolher entre o escroque e o pau mandado. Essa indignidade que é a política de minha terra precisa de uma solução decente. E eu vejo compadre Zé cada vez mais distante...

Um leitor mandou reclamar sobre repetição de crônica aqui na Toca do Leão. É que me vejo adoentado, por isso andei repetindo alguns trabalhos já publicados. Mas o Estatuto do Idoso permite ao velho contar uma mesma história várias vezes. Peço a caridade dos raros leitores.

A violência não tem pátria, ela mora no homem. Canibais há em Pernambuco e na Finlândia.

Grande alma, grande amigo, vai aqui meu fraternal abraço ao compadre Joacir, leitor diário desta Toca.

Voltando aos candidatos a prefeito de Itabaiana, tem um rapaz que se apresenta como novo, porque é jovem. Lembra o esforço da tecnologia para atualizar produtos industriais, dando novo desenho para acelerar o consumo dos produtos já conhecidos, mudando a aparência mas não a essência.

O outro, também jovem, já vem com defeito de fábrica: sérios problemas com idéias, opiniões e juízos falsos. “É uma das maiores trapaças da história da nossa política”, conforme define leitor amigo nosso.

Tememos que o dinheiro de Judas, com correção monetária de dois mil anos, venha a ganhar a eleição e soterrar os restos de valores da honra, da autenticidade, da honestidade e amor à terra natal.

Somos famintos por dignidade e respeito.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sexta-feira de voto nulo e Bossa Nova no Sebo Cultural



Sexta-feira - 27 de abril - 

- 17:00h
O Comitê em Defesa do Voto Nulo, vai se reunir pela 4ª vez aqui  n´O SEBO CULTURAL, Informações: (083) 8831 4633. 

- 18:30h
Débora Vieira e Paulo Paiva darão canja dentro do Projeto Cultura na Boca da Noite,  encontro de Bossa Nova/Jazz/MPB com os músicos: Arthur Andrade (violino); José Rubens (bateria); Ademilson José (violão); Fábio Torres (voz e teclado); Maropo (sax, flauta e cavaquinho) e Erick  (guitarra acústica). 

O goleiro "Feroz"



Por falar em goleiro, apresento aqui meu compadre Feroz, um goleiro das antigas, defensor do Botafogo da Maloca.

Feroz era um goleiro meio aloprado e irritadiço. Jogando contra o Vila Nova, Feroz começou a se encabular com o técnico do seu time que o mandava sair do gol em toda bola aérea cruzada na sua área.

De tanto ouvir “Sai do gol, Feroz!”, o goleiro retirou-se, foi embora, abandonou a meta. “Obedeci a ordem de sair do gol”, alegou o goleiro.

Feroz é uma figura que vai constar no livro contando as prezepadas do mundo da bola em Itabaiana, que o jornalista Arnaud Costa está preparando.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Carta do goleiro Joacir Avelino


Da direita para a esquerda: Joacir, Cidinho, Palhano e Pedro José

 Compadre Fábio:
                             Interessante a lembrança dos goleiros por parte de Arnaud Costa, retratada no seu blog, edição de 25/04. Chego à conclusão que o distrito de Campo Grande, pertencente a Itabaiana, é um celeiro de grandes goleiros. Além de Lula, com  baixa estatura para os padrões atuais, que foi destaque no Botafogo de João Pessoa nos anos 60/70, recordo-me de Wendel Lucena Ramalho, cujo sobrenome nos remete às raízes de  uma tradicional família de Itabaiana, grande arqueiro do Botafogo do Rio de Janeiro na década de 70. Depois foi convocado para a seleção brasileira. Só não foi titular, salvo engano na copa de 74 ou 78, porque se contundiu. Outro destacado goleiro daquela localidade é o "Bico de Urso", titular do Vila Nova, time amador  de Itabaiana,  na mesma época.

                            Quando se fala em goleiros exóticos, porque não recordar de "Topada", defensor do União, dono de uma das pensões do antigo carretel de Itabaiana, que só conseguia defender as bolas depois de tomar uma meiota de pitu.

                             A propósito, eu que não sou de Campo Grande, mas vizinho, nascido  no distrito de Guarita, também me meti a ser goleiro, se nunca fui grande nas defesas, mas pelo menos na ´vontade  de imitar os meus ídolos, permaneço batendo minhas peladas até hoje, como veteraníssimo, tanto é que em dezembro de 2010, completei 1.500 rachas com a camisa do time de minha repartição,  num lampejo de sonho e realidade.

                            Viva os goleiros pelo seu dia, comemorado na data de 26 de abril
                                
                                                Joacir Avelino, de Maceió.

O hino de Mari


Orquestra e Coral de Mari executando o Hino em frente à estação ferroviária, local que eu ajudei a transformar em um centro de arte e cultura

Em recente evento na cidade de Mari, na inauguração da sede do INSS, o Ministro da Previdência, Garibaldi Alves, ficou besta ao ver e ouvir todo mundo cantando bem direitinho o hino da municipalidade. Naquela cidade, é obrigatório o hino antes das aulas nas escolas municipais. Por isso toda criança sabe decorado o hino, composição da professora Aparecida.

Lição de civismo, como afirmou Garibaldi, aquele cara da cara de bestinha lá do Rio Grande do Norte? O fato é que 90% da população sabe cantar o hino da cidade. Pode perguntar aqui na minha cidade Itabaiana do Norte que 90% dos nossos conterrâneos sabe cantar o hino do Flamengo, mas o hino da municipalidade é desconhecido pela imensa maioria.

Vou falar bonito: adentrando nesse fenômeno coletivo, cuja performance causou admiração dos visitantes ilustres, vejo espaços oferecidos à arte e educação. Em Mari, temos coral afinado, aulas de música, estímulo para o canto orfeônico, vozes que encontram saídas porque existe a vontade política de prestigiar quem honra a cultura e as tradições locais. Um pouco porque quem administra a cidade é de lá, mora na cidade, tem raízes. Não caiu de pára-quedas, não veio da França ou de outro universo qualquer.

Eu nunca aprendi a cantar o Hino Nacional. Tampouco decorei o Hino à Bandeira, Hino da Independência e todos os demais hinos tão caros à ditadura militar que queria impor um nacionalismo de quartel nas escolas. Fiquei com trauma de hino. Movido pela inspiração da professora Aparecida, eu tiro, entretanto, meu boné para o Hino de Mari. Antes de ser um dispositivo de poder, o Hino de Mari é uma lição de amor verdadeiro à terra natal.  


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Goleiros



O MENOR GOLEIRO DO MUNDO
O menor goleiro do mundo defendia o mesmo time do menor beque central do planeta. Essa dupla jogava pelo União Sport Club de Itabaiana. O goleiro chamava-se Cera, com seus 1,50 de altura. Na zaga, pontificava o Índio, do mesmo tamanho. Só que compensavam a pouca estatura com muita elasticidade e garra.

PEDRO FÉLIX
Outro goleiro sui generis do União foi Pedro Félix. Esse era alto, mas não caía nas bolas rasteiras. Só garantia pegar bolas vindas à meia altura. Devido ao seu extraordinário senso de colocação, transmitia confiança aos companheiros.

GOLEIRO CEGO
O goleiro Severino Batista, da Associação Atlética do Canteiro, de Mari, era míope. Devido ao alto grau do seu distúrbio de visão, só conseguia ver a bola quando estava próxima. Para orientar o goleiro, que via tudo desfocado, o técnico Jason ficava atrás do gol, orientando:
--- Atenção, Severino! A bola vem do lado direito. Cuidado que ele vai chutar!

RESERVA DE LUXO
Didi foi goleiro reserva do Vila Nova de Itabaiana. O suplente tinha uma boa envergadura e pose de guarda-valas, como se dizia naquele tempo. Só que gostava de pegar uns frangos e perus, além de outras aves. Em um jogo contra o União, o goleiro do Vila machucou-se. O técnico Levi mandou o zagueiro assumir a posição. Deixou Didi no banco de reservas, para delírio dos torcedores.

JOÃO DO BOI (1)
João do Boi, goleiro do glorioso União Sport Clube, ficou conhecido nem tanto pelas defesas que fazia no gol, mas principalmente pelo seu jeito irreverente e debochado de jogar bola. Todo mundo, incluindo o juiz e os adversários, caía na gargalhada com as presepadas de João do Boi. Era um palhaço vestido de goleiro.

JOÃO DO BOI (2)
As pessoas diziam a respeito do goleiro gaiato: se não fosse tão moleque, poderia ser um profissional. Não sei onde anda João do Boi hoje. Sua profissão era levar bois brabos para o matadouro, daí o apelido. Ficou na memória a alegria desse atleta surpreendente, dando molho especial a um esporte onde predomina a truculência e intolerância.

LULA (1)
O goleiro Lula começou jogando no modestíssimo Vera Cruz do distrito de Campo Grande, Itabaiana. Depois defendeu o Vila Nova, sendo contratado pelo Botafogo da capital João Pessoa.

LULA (2)
No Botafogo, tornou-se ídolo da torcida. No dia 14 de novembro de 1967, seu time jogou uma partida amistosa contra o extraordinário Santos de Pelé em busca do seu histórico milésimo gol. Nesse dia, o prefeito decretou feriado e todo mundo foi ver Lula levar o 1.000º do Rei.  Só que, apesar do esforço de Lula para ser vazado por Pelé, o crioulo mágico só fez um gol, o 999º, depois foi jogar no lugar do goleiro do seu time para não correr o risco de fazer o milésimo na Paraíba. Foi a maior frustração da carreira de Lula, o único goleiro do mundo a lamentar não ter levado um gol.

LUIZ BOCÃO
Luiz Bocão era goleiro reserva do Botafogo da Maloca. Foi outro que também teve a desfeita de permanecer no banco de reservas enquanto um jogador de linha substituía “Cheio de Perna”, goleiro titular do time. Igual a Didi, com estampa de goleiro, alto e forte, mas escandaloso na arte de levar “frangos”.
(Do livro inédito “Fatos pitorescos do futebol”, de Arnaud Costa)


terça-feira, 24 de abril de 2012

O folheto ficou pronto



Fábio, segue anexo a capa do nosso folheto. Por que você não passa aqui pra pegar alguns?

Heriberto Coelho

Amigo velho, tou com uma dengue de lascar! Vou mandar alguém pegar uns exemplares aí, pra já ir distribuindo com as pessoas que vierem pra visita de enfermo.

LANÇAMENTO DIA 4 DE MAIO, NO SEBO CULTURAL.

Fatos pitorescos da bola




UM TAL DE PELÉ

Add caption
O ano: 1957. O técnico Vicente Feola convoca para a seleção brasileira de futebol um menino chamado Pelé para disputar o mundial da Suécia no ano seguinte. Em Itabaiana, o alfaiate e desportista Virgílio de Assis leu a notícia no Diário de Pernambuco, na tipografia de Nabor.

--- Mas veja só esse Feola, convocar um garoto por nome Pelé. Um cara com um nome desses não pode jogar bola!


PRISÃO DOMICILIAR

Virgínio de Assis era auditor da Junta Disciplinar Desportiva da Liga Itabaianense de Futebol. Em julgamento, o sapateiro e juiz de futebol conhecido por Dão, acusado de cometer erros mais do que grosseiros em uma partida do campeonato. Voto de Virgínio: “Eu voto pela prisão domiciliar do juiz pelo prazo de 30 dias”.

O mais pitoresco: a decisão foi acatada. Dão ficava de dia em Campo Grande, e à noite vinha escondido para Itabaiana, tomar cana no cabaré e conversar sobre futebol na sede do União Sport Clube. É que, à noite, Virgínio não costumava sair de casa.


CABO TOTÔ

O dublê de corneteiro e técnico de futebol Cabo Totô comandava o União Sport Clube com seu jeito bonachão, amigo de todo mundo. Sabe a lenda do técnico que atirava as camisas para o alto, na hora da escalação? Jogava quem pegasse camisa. Pois com Cabo Totô acontecia isso. Sem querer deixar ninguém de fora, muitas vezes apelava para o método. Reunia os jogadores e gritava:

--- Atenção rapaziada! Vou jogar as camisas para o alto. Quem pegar, ta escalado. Mas eu aviso logo: quem jogar ruim fica fora do próximo sorteio.


BOTAFOGO DA MALOCA

O Botafogo de Zé Dudu não tinha plano de jogo, mas tinha plano para após o jogo: todo mundo tomar birita na sede do time, no bairro Maloca. O lateral esquerdo Zé Dudu, dono do time e péssimo jogador, criticado pelo técnico porque estava marcando mal o ponteiro adversário, saiu-se com essa: “Eu não sou soldado pra desarmar ninguém”. O time estava ganhando pelo placar mínimo, final de jogo. O técnico pede pra Zé Dudu reter a bola, gastar o tempo. Dudu, que não tinha intimidade com a redonda: “E eu sou lá abelha pra fazer cera?”.


CAPELENSE

Capelense começou jogando no Botafogo de Zé Dudu, depois atuou no Botafogo de João Pessoa, passou pelo Campinense, transferiu-se para o Belenenses de Portugal, onde fez história como jogador e depois com treinador. Matuto, quando chegou para treinar no Botafogo da Paraíba foi alvo das chacotas dos companheiros:

--- Itabaiana, tu jogas de que?

--- Eu jogo de meia direita.

--- Pois aqui a gente joga de chuteiras!


CAVALO NO CAMPO

Lima de Itabaiana atuou no futebol pernambucano e do Rio Grande do Norte. No Vila Nova, era um ponta esquerda veloz, de chute forte e certeiro. Foi ídolo do Treze de Campina Grande. Numa partida contra o União, foi duramente marcado pelo lateral. Saiu do jogo reclamando:

--- Tem um cavalo calçado de chuteira aí no campo!


CONCENTRAÇÃO

O Sport Club de Itabaiana formou um bom time para disputar o campeonato, querendo quebrar a hegemonia de União e Vila Nova. O centro-avante era Boró, baixinho veloz e goleador. Na véspera do jogo contra o Vila Nova, Marcos Veloso, Luiz Paraíba e Zito Oliveira, diretores do clube, fizeram esforço e concentraram o plantel em uma fazenda perto de Guarita. 

Na hora do jantar, serviram cuscuz com ovo e café. Boró indignou-se: 

--- Cuscuz eu como em casa mesmo!

E foi embora. 


PERNAMBUCO VOCÊ É MEU

Manoel Amaro era o maior juiz da Federação Pernambucana de Futebol. Foi contratado para apitar uma decisão entre Vila Nova e União. No intervalo, perguntou:

--- Esclareçam: aqui é Paraíba ou Pernambuco?

É que os rádios dos torcedores só transmitiam o futebol de Pernambuco pelas ondas da Rádio Clube, única emissora a ser captada na cidade.

(Do livro inédito “Fatos pitorescos do futebol”, de Arnaud Costa)

ERRATA


Escrevi uma palavra errada, com um L a mais, no post abaixo. Tentei editar, mas essa porcaria de serviço modificou as configurações e não sei mais mexer. 

Portanto, onde se lê HEMORRÁLGICA leia-se HEMORRÁGICA.

Garçom, traz outra Brahma. Pode ser da Antarctica...



Maninho não existe. É pura fantasia. Um cara que usa brinco e tatuagens e nunca fumou maconha nem gosta de funk, hip hop e outras drogas. De pó, ele só curte o pó de arroz, que Maninho é Fluminense roxo. Roxo, branco e verde.
Desafiando a ética de botequim pé sujo, é o único cliente a ter permissão de beber sem camisa no bar de Zé.
Maninho se gaba de não ter sido citado na CPI do Cachoeira, mesmo sendo um jogador contumaz do jogo do bicho. Persegue a milhar do burro há vinte anos.
Maninho é um brasileiro cordial, com curso intensivo de biriteiro na faculdade do bar de Zé. Um cara simpático, criativo e divertido. Enfim, um brasileiro no bom sentido.
NOTA DA REDAÇÃO:
Acordei há três dias atrás com uma ressaca! Parecia que tinha tomado todas, e todo mundo sabe que eu não bebo. No lugar de ir ao bar do Zé, fui ao Hospital. Era dengue. Mandaram eu morrer em paz na minha casa. “Tome bastante água e paracetamol que é suspeita de dengue”, disse um mané vestido de branco.
Resultado: fui mais um mané a entrar nas estatísticas escrotas do Governo idem, mas tratamento que é bom...
Em Itabaiana, já “viajaram” três com dengue hemorrálgica.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

EL THEATRO - Revista eletrônica em nova edição


Além das opiniões dos nossos colaboradores, das notícias das artes, do humor, da política, da literatura e de matérias de interesse geral, estão prontos para assistir três filmes completos: “Inocência” e “Trair e Coçar é Só Começar”, ambos nacionais e “Sidarta”, a vida de Buda.

Também a aparição de “Anjos” e uma página extra, com notícias de última hora, como a morte do ator que interpretava Judas numa Paixão de Cristo em São Paulo.

Grato pela atenção

Jacaré voa?



Piada que corre em Itabaiana dá conta de que o jovem Fábio Rodrigues foi abordado por um assessor:
--- Fábio, jacaré voa?
E ele, aborrecido:
--- Que pergunta mais imbecil! Não ta vendo que jacaré não voa! Quem lhe disse essa estupidez?
--- Foi dona Dida.
--- Então, ele voa. Voa baixinho, mas voa. Tem até umas asinhas atrás das perninhas, já reparou?

domingo, 22 de abril de 2012

BOLO NO VENTILADOR

Um dia, o cerimonial do governo do Estado da Paraíba andou por caminhos nunca dantes navegados, com a licença de Camões. E foi por obra e graça de um sujeito totalmente avesso a esse negócio de formalidades. Quem o conhece sabe do que falo. Trata-se do músico e poeta Pedro Osmar, que foi indicado para representar a Associação Paraibana de Imprensa na festa de aniversário do governador, o também poeta Ronaldo da Cunha Lima.

Pedro, na condição de diretor de cultura da API, apresentou-se na entrada da festa em trajes, digamos, não muito convencionais: bermuda básica, chinelos e camiseta. Os porteiros foram logo implicando com o homem, mesmo ele portando o convite oficial. Consultado, Ronaldo mandou Pedro entrar, conhecendo sua espontaneidade.

Toda a Paraíba oficial estava no salão nobre do Hotel Tambaú, a nata da sociedade, as madames com seus vestidos delirantes, os homens nos seus melhores ternos, a minoria que detinha e detém o prestígio e o domínio na nossa Paraíba provinciana estava toda lá para homenagear o governador. Começando o cerimonial, os oradores se sucediam na louvação ao aniversariante. E haja coquetel, bajulação em prosa e verso ruim, em uma noite que prometia muita badalação para mais de 500 pessoas. Pedro Osmar estava no seu cantinho, quase invisível, mas mesmo assim um incômodo à nata da sociedade ali presente.

Os discursos tão chatamente típicos desse tipo de evento se sucediam, e Pedro ia enchendo o saco devagarzinho. Chegou o momento de convidar os representantes das entidades presentes, e o nome de Pedro Osmar foi solenemente ignorado. Tudo caminhava para um desastre iminente, mesmo porque Pedro começou a ridicularizar os enfastiados convidados e suas madames.

Na hora de cortar o bolo, Ronaldo Cunha Lima já estava, ele também, entediado com aquele bajulismo irritante, doido para tomar sua cachacinha num boteco qualquer, declamar seus versos no meio de pessoas espontâneas e francas. O Mestre de Cerimônia iniciou o ritual de corte do bolo, esquecendo de convidar o diretor da API para participar do festim. Foi um erro de consequências fatais para o bom andamento da cerimônia. Pedro meteu as duas mãos dentro do imenso bolo e começou a jogar em volta, sujando as preciosas roupas das madames e os trajes formais dos cavaleiros. Aí, meu camarada, foi quando a porca torceu o rabo, a vaca tossiu e a arara cantou. Achando pouco, ele pegou o resto de bolo e jogo no imenso ventilador de teto.

No meio do tumulto, alguém acionou a polícia. Em segundos, a porta do hotel estava coalhada de policiais. Veio a rádio-patrulha, a cavalaria, o canil, a guarda municipal e os demais meganhas para deter o atrevido poeta que bagunçou a festa do governador. Pedro Osmar só não foi preso porque Ronaldo saiu com ele do hotel, abrindo fileiras no meio dos soldados, conduzindo-o para local seguro.

Depois disso, Pedro achou por bem dar um tempo. Viajou para São Paulo, deixando a Associação Paraibana de Imprensa com a ingrata missão de se desculpar com o governador pelos inconvenientes causados por seu representante naquela fatídica festa. O prejuízo maior: as fotos das madames não puderam ser publicadas nas colunas sociais do dia seguinte. Ninguém queria aparecer como personagem de pastelão!


(Republicado para enchimento de linguiça)
 
Alô comunidade! tratou de rádio livre e sindicalismo
Neste sábado, dia do herói Tiradentes, o radiofônico levou ao ar entrevista com Ronaldo Eli sobre o movimento de rádios livres e sua metodologia de "cartografia afetiva" das comunidades, além de projetos de oficinas para construção de transmissores caseiros (foto).
O Alô Comunidade! Também abriu espaço para os sindicalistas Vânia e Crisvalter Medeiros, da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica e Tecnológica da Paraíba.
Tem ainda sonora com antropóloga Vívian Braga e nutróloga Nayara Rocha, ambas ligadas à ABRANDH, sobre direitos à segurança alimentar e exigibilidade.
No MPPQ, tocamos a música de Paulo Ró, “Boatos”, numa interpretação de Elba Ramalho.
O Alô Comunidade! É produzido pela Associação Cultural Posse Nova República. Gravado na Radio Tabajara AM, no dia 21 de abril de 2012. Produção e locução de Dalmo Oliveira e Fábio Mozart. Locução de Marcos Veloso. Sonoplastia de Arnaud Dellane
Clique aqui para ouvir: http://youtu.be/-d5EZgziACE

sábado, 21 de abril de 2012



Este blog entra de recesso por motivo de dengue na pessoa do editor. Tomando chá de cidreira com casca de laranja três vezes ao dia. Quando o cérebro se organizar, volto a postar.

Agradeço aos meus seis ou sete leitores.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Twittadas


·         
    Tem um texto de Jessier Quirino que diz, sobre obrigações de candidato: “Entregar taça de campeão a time safado. Chorar em velório de desconhecido. Professorar as iniciais de nome de campanha pra eleitor tapado. Escorregar em lama de esgoto. Grita ‘oh de casa’ em casa oca. Se abrir pra eleitor desabrido. Pagar cana pra pinguço desocupado.”

·        Vou participar do POESIA ENCENADA do Sesc. Em cena, um homem fazendo sexo com manequins de loja.

·        Padre de Itabaiana discrimina homossexuais no Terço dos Homens.

·        Ferreirinha, da Associação Gayrreiros do Vale, disse que não vai processar o padre por homofobia. “Quem for gay e católico que brigue com o padre na Justiça, eu mesmo tou fora. Nem religião eu tenho”, disse ele.

·        Jornalismo é fofoca institucionalizada. Fuxiqueiro, agora, só com diploma.

·        Ontem, dia do índio, foi o aniversário de minha comadre Socorro Medeiros. Ela completou exato meio século. Sei que é falta de boas maneiras revelar idade de mulher, mas a data é histórica.

·        No dia 28 de abril, vou entrevistar a pré-candidata a prefeita de João Pessoa, Estelizabel Bezerra, no programa Alô comunidade! da Rádio Tabajara.

·        No mesmo dia 28 de abril, em Itabaiana, encenação da peça ABC DE ZÉ DA LUZ no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, e entrega do Prêmio Leonilla Almeida.

·        Na gráfica, o folheto “Sebo Cultural, o templo do saber”. Lançamento ainda este mês em João Pessoa.

·        Dia 26 de maio, o colunista social Abelardo Jurema estará no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, no encerramento da Gincana Cultural deste ano.
  • Senador Vital do Rego no Twitter: “Acabo de passar na estrada de Juripiranga à Itabaiana e estar intransitável, como outras em todo o estado, lamento!” Sem prejuízo da manifestação de protesto, o senador cometeu três erros de português na frasezinha.
  • Vereadores espancaram meu compadre Hernandes em Cajazeiras, só porque ele disse o papel da verdade. Se a moda pega, vereador vai andar com porrete pra  bater no povo a três por quatro. Eita, Paraíba fuleira!
  • De um internauta de Itabaiana: “O único pré-candidato que vai ao Açude das Pedras (bairro pobre) é Andrade da rádio comunitária, porque os pais dele moram lá.” Outro: “O populista Antonio Carlos já está procurando casa pra alugar no Açude das Pedras, para fingir que mora no meio dos pobres”.
  • Padre dono de rádio comunitária é acusado de homofobia em Goiás. Leia no blog da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares: www.radiozumbijp.blogspot.com
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AS MELHORES TWITTADAS DA SEMANA:

Brasil tem quase 80 milhões de internautas, aponta Ibope. Imagina tudo isso trabalhando!

Se fetos sem cérebro não sobrevivessem, não teríamos compositores de música sertaneja, forrozeiros de plástico nem pagodeiros.

Falar de boca cheia é feio, falar de cabeça vazia é pior ainda.

Laboratórios conseguem produzir espermatozóides. Definitivamente, o homem não serve mais pra porra nenhuma!