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domingo, 24 de julho de 2011

POEMA DO DOMINGO (2)





FINAL DO CICLO

(Leão moribundo)

Eu estou doente, mas quem não anda enfermo?
Moléstia original, um mal que não tem cura,
Final racional, normal e sem frescura,
Morte sem mistério, levada a bom termo.

Um fim burocrático selará em breve
A vida relativa de um sujeito só
Que no isolamento fechou o paletó
Em busca de repouso, que o pó lhe seja leve.

Aqui descansa em paz um velho e bom ateu
Que desejou morrer vivendo a cada passo
Repleto de incertezas, fugindo do fracasso
De ter que enfrentar a morte jubileu

A morte por velhice, aposentadoria
Caduca e esquecida, malsã e entrevada
Refém de um mal súbito, ou morte anunciada
Angustiante e vã vida de fancaria.

Fábio Mozart

Um comentário:

  1. parabéns..para mim que lido com a velhice está uma visão lúcida de tempo futuro.isabella Grandi

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