domingo, 30 de agosto de 2020

POEMA DO DOMINGO

 


Balada do tempo ruidoso

 

O tempo que já se foi

Levou a dor e o prazer

Para recompor o tempo

É preciso envelhecer

E remoçar ao um só tempo

E o velho cálix encher

De veneno e antiveneno

Jogar ao vento e beber.

 

O tempo que já se foi

Curando e revigorando

Decompondo e recompondo

As cicatrizes e dores

Muda as metas, muda as cores

Refazendo os retratos

Remediando insensatos

Arriando os andores

 

O tempo que já se foi

Borrasca sem previsão

Procela, inquietação

Excedendo o estampido

Falseando seu sonido

Hoje é som de calmaria

O que foi troada um dia

É saudade sem ruído.

 

f.mozart


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