Barata se opera dos rins, toma droga pesada e defeca pela boca
RÁDIO BARATA NO AR – 393
Barata se opera dos rins, toma droga pesada e defeca pela boca
RÁDIO BARATA NO AR – 393
Barata engole mosca e usa droga moderadamente via oral
RÁDIO BARATA NO AR – 392
Barata varonil e imbecil entra no boga de Vavá da Luz e bate recorde em audiência
RÁDIO BARATA NO AR - 390
Meu smartphone quebrou, atendendo a um desejo secreto deste velho cidadão analógico, remanescente da arcaica era dos sinais elétricos contínuos. Um citadino inadaptado para a vivência na realidade dos sinais digitais, secretamente hostil aos valores traduzidos por código binário. O fato é que meu celular entrou em desarranjo. O elemento sem o apoio da linguagem da máquina, desprovido de celular, é um zumbi sem alma do código binário. Dependência digital tem até nome: nomofobia. Virou a cachaça moderna, a droga que causa estranha dependência. Sem estar conectado ao celular, o elemento apresenta sinais de delírio, isolamento e insânia. Inclui insônia. A tecnologia arrastou a criatura moderna para a compulsão de um bêbado, um “noia” eletrônico obcecado pela dependência digital.
No meu caso, este humilde, raro e maravilhoso homem do século vinte, voltei à cadernetinha de endereços e contatos, enquanto rondava pelas lojinhas de técnicos de celular à procura de uma peça raríssima para meu aparelho ainda mais insólito. Trata-se de uma geringonça criada por uma empresa indiana, muito simples e vagabundo, mas barato. E o que é barato neste mundo da exploração globalizada não se cria. Enfim, ninguém capaz de salvar meu telefone móvel. Sem condições de me manter conectado no vazio da internet móvel, voltei à leitura de livros físicos, hábito que já estava fora da rotina. O problema do celular seguia aberto e quase insolúvel. Comprar um novo estava fora do orçamento. É assombroso, mas eu tenho outras prioridades de consumo. Milho moído, por exemplo. O famoso fubá. Sou do estranho tipo que prefere comer cuscuz a usar o celular. Conscientemente ou não, andei perambulando pelas ruas do centro à procura de um orelhão que casasse com minha cadernetinha de anotações de telefones, contatos antigos não mais permitidos pela nova narrativa da comunicação humana. Deu-me angústia de ter sido uma pessoa do tempo dos orelhões e até do telefone de veio. Não confundir com “telefone de velho”. Sim, eu fui operador em uma central telefônica na estrada de ferro, cujos sinais elétricos eram gerados por uma manivela.
Caiu-me à mão o livro “Alta fidelidade”, do inglês Nick Hornby. Nele pesquei a citação: “Não tenho amigos, e sim pessoas cujos números de telefones eu não perdi”. De modo que quando consegui comprar um celular de segunda mão, transferido o chip, apagaram-se todos os contatos. Relacionamento via eletrônica continuava zero. Vi-me um sujeito sem amigos. Não se salvou nenhum. Onde andas, camarada? Eu te mandei o sinal e não recebeste. Que sinal? O da minha ausência. Fiquei quase uma semana sem ligar e você não notou meu eclipse eletrônico. E você, minha amiga de tão longas e analógicas datas, por que não veio me ver, saber se estou vivo? Que foi que nos aconteceu? Desaprendemos a nos visitar?
Não rola mais segredos de liquidificador, sentença poética de Cazuza. Hoje em dia a gente pode escutar os segredos das pessoas, ditas no celular. Tem um aplicativo chamado Ear Spy que permite ouvir conversas ao redor, utilizando os fones de ouvido de dispositivos iOS e Android. Grava-se conversa de presidente da República, ouve-se segredos de alcova e outras desgraceiras deste mundo da comunicação total e calamitosa. Eu com minhas duas cabeças, uma cabeça analógica e outra digital, vou seguindo meu caminho, desamparado pelas novas e excludentes tecnologias, agarrado como velho náufrago aos cacos das interlocuções obsoletas.
Enfim, comecei a receber ligações dos contatos no celular. À medida que chegam as chamadas, salva-se automaticamente o número. Revitalizou-se minha caixa de contatos. Entre alianças e parcerias, companheirismos e vínculos antigos, aquela conexão afetiva e única que começou nos anos setenta com um bilhetinho “gamado”, como se dizia na época. Enfim, a troca de celular filtrou as amizades. Restaurada, a caixa de contatos ficou com apenas dez por cento dos números anteriores. Só que a tecnologia moderna não sanou aquele velho problema das linhas cruzadas. Ao ligar para um número, uma terceira pessoa diferente atende. Linha cruzada. Liguei para a sessão de “retidão cívica”, atendeu o mestre da velhacaria Valdemar Costa Neto. Ao chamar o número da “tolerância e compaixão cristã”, respondeu o pastor Silas Malafaia. Deve ser algum problema de configuração do celular.
Você se acha uma pessoa de princípio?
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO - Episódio 102
https://diariopb.com.br/voce-se-acha-uma-pessoa-de-principio-dez-minutos-episodio-102/
Fábio Mozart apresentando folheto e livro na "Sexta das Artes" |
Tiago Salvador e Fábio Mozart |
O autor, Fábio Mozart, é pernambucano de nascimento, tendo adotado
a Paraíba como sua terra afetiva, principalmente Itabaiana, onde viveu por mais
de 30 anos. Morando atualmente em Bananeiras, o cordelista é membro da Academia
Solanense de Letras e presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba.
O evento em Solânea contou com artistas da Academia e foi prestigiado
também pelo ator e dramaturgo Tiago Salvador, Diretor de Cultura da Prefeitura
de Solânea, líder da Companhia Artística Fascinart. O Presidente da Academia,
escritor Wolhfagon Costa, agradeceu aos presentes pela agradável noite,
abrilhantada pelo musicista Kelson Kizz e outros artistas, a exemplo do poeta
Chicco Mello que lançou seu livro “Versos plurais”.
Barata volta das profundezas do pré-sal para dar pitaco na
realidade nacional
RÁDIO BARATA NO AR – 389
https://diariopb.com.br/barata-comemora-tres-anos-com-reprise-programa-radio-barata-no-ar/
Barata assume Inteligência Artificial e se torna mais idiota do que
já era
RÁDIO BARATA NO AR - 387