A banana é uma fruta tropical rica
em carboidratos, vitaminas e minerais, fonte de energia, previne doenças
cardíacas, é boa para digestão e se converteu em melhor amiga do homem de meia
idade, a partir do fenômeno observado em um camarada chamado Jejé, natural de Bananeiras,
brejo da Paraíba, ocorrência contada pelo jornalista e memorialista Rubens
Nóbrega, no seu livro “Histórias da gente” que acabei de ler neste domingo. A
partir da narrativa do sexólogo frugívero, passei a compor imediatamente o
folheto “Viagra natural de Bananeiras foi estudado até na Europa”. Acredito que
noventa por cento dos meus leitores já sabe o que significa o vocábulo
“frugívero”. Mas, em respeito à minoria, obrigo-me a esclarecer que frugívero é
a pessoa que tem as frutas como base de sua dieta, regime alimentar do tal Jejé
de Bananeiras. Esse caboclo com mais de setenta anos se mantinha sexualmente
dinâmico, diariamente assíduo e aplicado na cama com sua esposa, dona Ciça,
feliz testemunha ocular e vaginal da banana de Jejé e suas potencialidades.
Conforme o memorialista Nóbrega, a
banana cultivada no sítio de Jejé e por ele consumida em doses cavalares e
muares foi estudada em todos os seus fatores biológicos, psicológicos, sociais
e culturais por técnicos e cientistas da Universidade Federal da Paraíba e do
Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, chegando-se à conclusão de que “a banana
de Jejé tinha mais potássio e mais vitamina A e E do que qualquer outra no
planeta, apresentando-se bem maior e mais grossa do que todas as outras
variedades”. A prefeita, dona Martha Ramalho, apressou-se em fixar oficialmente
os direitos de produção e uso da marca, porque a fama da banana de Jejé correu
o mundo e foi parar nos grandes laboratórios farmacêuticos da Europa e Estados
Unidos, interessados em industrializar o “viagra natural” de Bananeiras. O
próprio Jejé foi objeto de pesquisas e testes científicos internacionais, onde
se confirmaram as virtualidades da vigorosa banana.
O cavalheiro ou a dama que quiser saber
sobre a conclusão desse episódio gastronômico sexual que adquira o livro de
Rubens Nóbrega ou espere o lançamento do folheto “Viagra natural de
Bananeiras foi estudado até na Europa”, onde eu começo afirmando que o caju é o
melhor amigo do homem que bebe e a banana é a melhor amiga do varão que gosta
de “fazer amor”, como diria a senhorita recatada e romântica, ou do macho que
aprecia copular, conforme definição do canalha Ameba, comentarista também
presente no citado folheto. Aliás, essa brochura (nada a ver com falta de
ereção), pode ser classificada no gênero cordel de gracejo, ou seja, o folheto
voltado para o mundo do riso, onde se escancara a ironia e a espirituosidade do
povo nordestino por meio dessas histórias rimadas e picantes da literatura de
cordel. Sendo que este cordelista, reconhecido profissionalmente por força de
lei federal, não se detém apenas no campo do cordel de gracejo. Sou orgulhoso
autor, por exemplo, do folheto “A verdadeira história das pedras de Ingá”, onde
misturo arqueologia com putaria, acompanhado desse mestre das ciências ocultas
e apagadas, o poeta Vavá da Luz, xerife do Ingá do Bacamarte e pessoa altamente
astuta, desse povo que dá beliscão em fumaça. Diferente dos estudos clássicos
das civilizações antigas, em geral chatíssimos, meu folheto permite até
comentários desairosos sobre a imemorial rivalidade entre as cidades de João
Pessoa e Campina Grande:
Veja bem o
estratagema
De Campina e João Pessoa
Pra saber quem é mais besta,
Quem mais lorota apregoa.
Um chama o outro “matuto”,
Pra deixar o outro “puto”
Diz que tem mar e lagoa.
Campina Grande entoa
Ser “Rainha do Nordeste”
Quanto à tecnologia.
Diz ser cidade da peste
No comércio de cigano
E ainda todo ano
Faz a sua apologia
Ao baião reverencia
No “maior São João do mundo”.
Com mania de grandeza,
Afirma ser oriundo
De enraizada matriz
E esmerados ardis
Quer ser chamada de alteza.
Essa parte foi inspiração do indecente
Ameba, elemento mais mascarado de que Rubens Nóbrega quando o Vasco é campeão.
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