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domingo, 9 de abril de 2017

POEMA DO DOMINGO


Tiquetaqueando

Antigamente
um realejo tocava
na construção do poema.

Antigamente
um outro mundo evocava
paisagens transfiguradas.

O tempo se reinventa
em tempos sem hora
e sem ponteiros guia.

Como engenheiro do nada
pendura suas miçangas
ante a falência dos minutos.

O bate-estaca das horas
em inútil mostrador
tic-taca as quimeras.

O cuco, um pardal morto,
olha o relógio sem pulso
e atrasa a vida em um século.



F. Mozart

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