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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Itabaiana é alvo de estudos de Zé Octávio de Arruda Mello




O historiador José Otávio de Arruda Melo, uma referência na historiografia paraibana, pede-me um trabalho sobre os movimentos sociais de Itabaiana. Ao poeta Sander Lee, solicitou estudo sobre os nossos literatos. Está organizando coletânea sobre a cidade, com auspícios da Fundação Casa de José Américo.

Ao compadre Valdo Enxuto, pediu crônicas sobre o cabaré e as outras mundanidades.  Doutor Dedé não foi encontrado para falar sobre saúde pública e insanidades particulares. Outros patrícios da terra de Zé da Luz foram contatados pelo Zé Octávio para compor sua coletânea. Conversando com o ilustre escritor, ele me pergunta: “Eu soube que lá em Itabaiana existe um tal Biu Penca Preta, parece que é um humorista ou coisa parecida, aliás eu li no seu livro “A voz de Itabaiana e outras vozes”, você conhece?” Eu disse: “Esse homem praticamente é o pai e a mãe dos melhores personagens de Jessier Quirino, que fica só de espia no seu sobrado secular, olhando as piruetas e palhaçadas daquela gente boa para fazer poesia e criar causos.”

Zé Octávio me confessou uma mágoa: jamais foi convidado para falar sobre Fernando Pessoa, o último chefe político de Itabaiana. É que a gente itabaianense esqueceu esse homem, perdido na nossa história pelos choques negativos de gestão cultural que sofremos ao longo de décadas. Há de se pontuar o abandono que nossas referências históricas sofrem. Até a placa da batalha do Riacho das Pedras acabou no quintal de Rita Pé de Bombo, servindo de pedra de lavar roupa.
Dormimos no ponto e agora estamos meio cegos, sem conhecer o passado e sem saber o que fazer do futuro. Não temos projeto de cidade nesse reinado capenga de uma Rainha sem rumo. Não há consenso entre os locais sobre quem foi o pior administrador do lugar nos últimos trinta anos. Alguma luz no fim do túnel? Pouquíssima. Difícil encontrar algo decente no meio político hoje em dia. Falam de um certo esculápio  pra brigar contra os eternos sugadores que se apegam à “viúva prefeitural” feito carrapato em culhão de touro. Por enquanto, é uma possibilidade. Não é muito confortável, mas é melhor do que a completa falta de perspectivas.

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