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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O show da educação tem que continuar



Foi o que declarou meu compadre professor Severino Bilunga (foto), ao embarcar para Rondônia, onde vai mostrar seus trabalhos na Feira de Rondônia Cientifica de Inovação e Tecnologia – FEROCIT. Bilunga vai levar seus inventos, seus métodos e teses pedagógicas para esta feira, o que é motivo de orgulho, claro, para os seus alunos, amigos e conterrâneos.

Então, nossa cidade não é feita só de pessoas egoístas, burras e de mentes atrasadas, mas também nessa geografia humana se encontra pessoas iguais a Biu Bilunga, inteligentes, criativos e, acima de tudo, solidários. Ele reserva um pouco do seu tempo para dar aulas gratuitas a jovens que se preparam para concursos públicos e dá reforço em matemática para estudantes no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. 

Na contramão desse esforço severino pela educação local, leio no Correio da Paraíba que Itabaiana tem o maior índice de abandono escolar na Paraíba do Norte. Exatos 29%, números que chegam perto de países em guerra crônica, tipo Afeganistão. Imediatamente, na cabeça dos mais antigos, vem a lembrança de ícones da educação que já se foram, nomes como da professora Marieta Medeiros e do professor Lauro Maciel, e também evocamos tempos idos onde nossos números da educação eram muito menos vergonhosos. 

Evasão escolar se dá quando o aluno precisa sair da escola para trabalhar, ou porque não tem mais interesse na escola que é ruim, desconfortável e sem atrativo algum, dificuldade de aprendizado porque nossos professores desmotivados não avançam na profissão, falta de transporte escolar ou incentivo dos pais. Seja qual motivo for, a responsabilidade é de toda sociedade, incluindo gestores e mestres, que são pagos para assegurar as condições de ensino e aprendizagem. 

Em conversa com um compadre conhecedor das mazelas locais, ele deu uma opinião interessante a respeito da evasão escolar em Itabaiana. Conforme essa tese, evasão escolar em Itabaiana é maior nas localidades fronteiriças com os municípios de Salgado, Mogeiro e São José dos Ramos, porque eles têm transporte escolar. Com a chegada de novos ônibus, essa evasão tem diminuído.

De qualquer forma, temos orçamento fraco na rede de ensino por conta do abandono e evasão escolar, entre outros motivos, diminuindo os investimentos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) cuja distribuição é feita de acordo com o número de alunos efetivamente matriculados. 

Feito esse registro negativo, meu abraço ao mestre Severino Lourenço, apostado sempre no futuro, dando seu melhor para a educação e a ciência, honrando as cores do time itabaianense por onde percorre com seu arsenal de truques e sacadas educacionais.

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