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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

MINI CONTO




Quatro garotos me atacaram. Um deles sem camisa, o outro com a blusa do Flamengo, o maiorzinho de blusa azul e calção vermelho, o menor de camiseta cinza. Eles tinham um cachorro preto e branco, desses que andam ao lado do dono. O cão não foi atiçado, ficou olhando a cena.

Eu, presa aparentemente frágil, andar manco, devagar, ritmo de velho reumático. Os meninos talvez querendo uma diversão diante da fragilidade do velho naquele descampado, perto do arruado pobre onde talvez moravam.

Entendi que precisava urgentemente esboçar qualquer reação, depois do primeiro chute do menino que parecia ser o líder da matilha. Não tinha certeza de que estava sendo assaltado ou seria o rato na brincadeira de quatro gatinhos selvagens. O cachorrinho com ar de forçada animação, talvez sem entender a lógica do ataque.

Enquanto não chegava a minha hora, pensava: o cão não sabe nada das coisas desse mundo. Depois, os meninos foram embora, cansados da diversão. O cãozinho ficou comigo, enquanto eu cuidava dos ferimentos. Despedi-me dele com ternura. 

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