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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Depressão pós-Natal


Depressão pós-Natal atinge homens e mulheres. Alguns sofrem de psicose pós-Natal, cujos sintomas são ressaca, dívidas, ansiedade pela proximidade do outro feriadão, humor flutuante por causa dos familiares aboletados em sua casa de praia, irritabilidade com o trânsito cada vez mais caótico, só que sem os acenos e gritos de “feliz natal” dos motoristas imbecis, engarrafados e congestionados no trânsito.  

O nascimento de uma criança, filho de sua arrumadeira com um jogador de sinuca, não lhe causa nenhum sentimento maior, a não ser a lembrança daquele velho samba que diz: “Eu tava jogando sinuca, uma nega maluca me apareceu com um menino nos braços dizendo ao povo que o filho era meu”. Enquanto isso, persistem os sintomas de depressão pós-Natal, juntamente com insônia por causa dos mosquitos e o calor, fadiga esmagadora devido aos intermináveis preparativos do Natal, incluindo a tal ceia, sentimentos de culpa ou inadequação, porque lá no fundo do seu cérebro amestrado judaico cristão, você sabe que essa data tem origem pagã. Confusão e desorientação que levam até a distúrbios bipolar. Uma hora você anseia pelas comemorações, outra hora deseja ardentemente enfiar uma estaca no fundo de Papai Noel.

Não se irrite, amigo. O pior ainda está por vir. A hipocrisia farisaica terá seu momento maior nas tais “entradas”. O caos nas estradas deve piorar. Seu crédito estará nos limites extremos do negativo, só que você terá que entrar ainda mais no vermelho para pintar de novo o ano velho e fingir que chora arrependido pelas besteiras cometidas e consumidas no Natal, tomar seu champanha, postar mensagens bestas no Facebook e fazer sua lista de boas intenções, decretando que a partir de janeiro as coisas vão mudar, além do calendário na parede.


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