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terça-feira, 1 de abril de 2014

Breves reflexões no dia da mentira

Irene Marinheiro, da Comissão da Verdade

O cronista Marcos Tavares afirma que o mundo é uma mentira. Trechos do texto: “Eva mentiu? Essa dúvida filosófica nos atormenta desde o paraíso. O que é a história humana senão uma coleção gigante de mentiras? Cleópatra mentiu a Júlio César, mentiu a Marco Antônio e só revelou a verdade à cobra. Joana D'arc mentiu passando-se por homem para impressionar o rei francês e nem por isso foi ou é menos santa. Pedro, a pedra angular do cristianismo, mentiu antes do galo cantar e continua o mesmo Pedro”.

Lourenço Diaféria disse um dia que o cronista “precisa fingir que faz crônicas por divertimento e que trabalha por não ter o que fazer”.  No Dia da Mentira, o cronista aqui, cheio de insegurança, com o pensamento vago e sem solidez, esse velho Leão controverso e geralmente equivocado, vem fabricar sua pequena crônica acompanhando a evolução da mentira, evitando passar trote nos seus quatro ou cinco leitores, louvando o trabalho da Comissão da Verdade na Paraíba, onde atua minha professora Irene Marinheiro, a comissão que quer acabar com cinquenta anos de mentiras sobre a real natureza dos anos de chumbo da ditadura militar e seus crimes contra a humanidade, imposturas que tiveram início em um 1º de abril.

No Dia da Mentira, viva a verdade dessa comissão e seus dignos membros.  A democracia vive da verdade, embora a mentira seja seu contraponto mais comum.

Quanto às minhas verdades e mentiras particulares, fecho a croniqueta com Somerset Maugham, romancista e dramaturgo britânico: “Não faça perguntas e não ouvirá mentiras.”

Torno a fechar com Lau Siqueira: “Escute atentamente as emissoras de rádio e TV. A grande maioria mente todos os dias. A notícia virou um produto de interesse político ou comercial. A verdade ainda é a notícia que não se vende.



  

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