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domingo, 30 de março de 2014

POEMA DO DOMINGO


DESERTO NA MINHA RUA

Tudo parece tão deserto.
Sem ar, sem fôlego, sem eco...
Um ânimo de nada.
Só o sofrer da amplidão na luz do infinito,
sem eira, na beira da gota d'água
que escorre sobre meu corpo... o calor

fica a agitar essa emoção
na ação dos sentidos,
ora calmo, ora desnorteado,
deixando encharcada a pele branca
preta, salgada, doce,
sedenta de banho de mar.

Nas esquinas sem perspectivas,
vejo uma cidade noutra cidade
escaldante, nas beiradas da ilusão
de que estamos à beira mar,
a um passo do infinito gasoso.


Fred Borges (Itabaiana)



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