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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Um poeta marginal que virou cult

Capa do livro que será lançado em 8 de março


Terminei neste domingo a leitura do livro “Moleque velho”, de Iverson Carneiro. Disse o poeta e jornalista Manuel Gomes da poesia de Carneiro: “Sua poesia é rica e contemporânea. Nela habitam o cordel e o soneto, o lírico e o pop, o belo para ser visto e o apetitoso para ser devorado pelos famintos.” Dessa forma eu vejo meu próprio trabalho. Manuel também disse que poesia não se aprende no manual.

Totonho é músico e ativista. De que, não sei, mas desconfio: ativista da poesia, da música, da sensibilidade, do movimento. Qualquer movimento que faça girar a roda da inteligência. “Esse moleque velho pastora as palavras com facilidade e ainda mistura ingenuidade com ideologia”.

Chico Cesar disse que o século começa quase sem poesia. Louva também a poesia do moleque velho Iverson Carneiro, esse hippie que conheci nas praias de João pessoa nos anos 80, urrando/declamando seus poemas/protesto/processo. “Poesia urbana, cheia de afeto e desafeto”, diz dele o Chico Mama África.

Falando em poesia, meu livreto sai em abril ou maio pela Editora Sarvap. De minha poesia digo eu: escritura meio que descomunicante, como só pode ser a poesia jogo de palavras, desengajada e cronista do inconsciente. Mais ou menos um quarto dessa produção chega a ser até brilhante. O resto vai para a lata de lixo, conforme o verso de Iverson Carneiro:

Houve um tempo em que catávamos
restos de poesia
pelos bares.

Éramos o lixo
do verbo
os vermes
do verso.

Sim, ia esquecendo: o título do meu livro é “Balada do cavalo Mamão e seu cavaleiro andante”, onde este poeta velho flerta com formas variadas da estrutura do poema. Este livro não será vendido. Doarei para quem realmente goste de poesia, com direito a dedicatória e visita domiciliar. Como são muito poucos os futuros leitores, o livro de fatura artesanal terá também uma distribuição personalizada. Quem quiser faze parte dessa lista de leitores especiais, pode mandar nome e endereço físico.

O outro livro de minha lavra é o “Artistas de Itabaiana” que sai agora em 8 de março, com cem biografias de mestres de minha terra. Com isso penso que preencho uma lacuna, porque a memória cultural de um país é tão necessária quanto a própria existência da arte. Este será vendido para fazer caixa para a compra de tendas do projeto “Livro na feira”, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.  

Um comentário:

  1. Esse livro fará história! Além do nome de peso de meu amigo, servirá para novas e futuras gerações, saber que existe cultura e nomes que mesmo desconhecido, faz de Itabaiana um celeiro cultural... Parabéns Fábio! Abração

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