Páginas

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Dez anos do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Monitores e alunos do curso de violão do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Já deu vontade de desistir. Uma casa antiga onde estudou o escritor José Lins do Rego, fornecimento de água cortado por falta de pagamento, contas de energia acumuladas, móveis velhos, doados. Atualmente, na equipe executiva apenas eu, Cassiana Meneses, Rosival e nosso Josafá. Correndo por fora, o poeta Orlando Otávio que dá seu apoio no que é possível, a folclorista Sueli, as amigas Socorro Medeiros e Socorro Almeida, Edglês Gonçalves, Marcos Veloso, Das Dores Neta e Marinalva Dionísio. Agora, toma posse o confrade Giuseppe Marcello prometendo dedicação na construção de alternativas de sobrevivência desse projeto do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em Itabaiana do Norte.

Precisamos instalar tendas na área externa. Pra isso, vou vender exemplares do meu livro ARTISTAS DE ITABAIANA, quando for lançado. Estamos pensando também numa gincana estudantil. Já foi devidamente entendido por todos nós que não devemos esperar por apoio oficial. Isso aqui não interessa aos caras que gerenciam a cidade, é uma coisa que só pode ser protagonizada pelo povo mesmo. Políticas culturais democráticas e populares é um sonho ainda distante.

Já falei aqui do Josafá, que é nosso herói. Está no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar se reiventando através da arte, saindo do túnel escuro do abandono, do vício e da lama social. É uma espécie de símbolo de nossa teimosia em continuar com o projeto. Herói é o sujeito que supera a si mesmo, que faz sua própria travessia.

Célio Turino, o cara que inventou esses projetos de Pontos de Cultura, disse assim: “Pontos de Cultura são mais do que se supõe, são pontos de vida, pontos de ‘des-silenciamento’ do povo, pontos de muitos pontos”. O Cantiga de Ninar sobrevive porque vive se reinventando através desses exemplos de vida e superação. De uma forma ou de outra, as múltiplas vozes do povo aqui se expressam sob forma de música, de literatura, de artesanato, de teatro e cinema.


Emir Sader assim definiu os Pontos de Cultura: “São o bolsa-família das identidades, dos valores, dos significados e da imaginação criativa dos que são maioria, mas tinham se tornado minoria silenciada”.

Um comentário:

  1. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS E GESTÃO DO CONHECIMENTO > FABIO MOZART: PONTO DE CULTURA CANTIGA DE NINAR. APLAUSOS SEM FIM.

    ResponderExcluir