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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Palhaço Estrelinha continua na estrada


Entra ano e sai ano, o palhaço Estrelinha está lá no contorno do Geisel, em frente ao Amigão, com suas velhas piadas, sua flautinha e seus bordões simpáticos, pedindo uma ajudinha.

Diz Humberto de Almeida sobre Estrelinha: “O palhaço, infelizmente, vai continuar nesse ano que se inicia fazendo as palhaçadas que este homem sério é incapaz de fazer. Não é vergonha, podem crer, mas a sua – minha - falta de capacidade para ser um palhaço verdadeiro. Nem falso, mesmo querendo, não consigo. Nem falso.”

Estrelinha certo dia deu entrevista para o jornal “Olhos abertos”, da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares. Disse que mora no Varjão, viaja todos os dias de bicicleta para assumir o posto de palhaço na estrada, sustenta a família com os trocados que recebe dos motoristas. Sua mágoa: ensinou a arte a um rapaz que foi fazer praça perto do seu ponto. “É pedir esmola pra dois”, queixa-se Estrelinha.  

Discordo do meu cronista predileto, Humberto de Almeida. Acho que, felizmente, Estrelinha vai continuar em 2014 fazendo suas palhaçadas. Ouçamos o poeta Sérgio Mendonça: “Quem me dera ser um louco palhaço para sorrir com os dentes da minha alma.”

Vou levar esse palhaço pra dar entrevista no programa “Alô comunidade”. Ele desperta o homem moleque que se esconde em cada ser que passa naquele trecho. E a mulher também. Pelo circo e pelo pão, viva o palhaço na rua, viva o artista de rua com sua liberdade ousada, com sua simples e pura mania de viver fazendo gracejos, dando a falsa impressão de que vive de graça.

--- Eu sou baiano, mas aprendi a falar paraibano. Baiano, tu sabe como é, tudo sabido. Cheguei aqui na Paraíba, fui logo aprendendo o paraibanês --- disse Estrelinha na entrevista do jornaleco.

Fiz até um poeminha:

A estrada segue seu rumo
O palhaço segue a estrada
A fome rege o palhaço
Com a beleza do seu talhe
E a tristeza do seu riso.




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