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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Convocados anjos da vida e da morte para o dia de finados

Idalmo com seu livro sobre Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos tem duas vertentes em sua obra: para uns, é o poeta da morte e da dissolução; na visão de outros, foi um humanista e até espiritualista, sem nada de ateu ou agnóstico. Esse último pensamento é defendido pelo professor Idalmo da Silva no seu livro “Augusto dos Anjos por Augusto dos Anjos”, que será lançado no dia 15 de novembro em Itabaiana, promoção do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. O livro será distribuído gratuitamente aos que estiverem no recinto da Câmara de Vereadores, local do evento.

O mestre Idalmo fará uma breve palestra sobre Augusto dos Anjos, faltando para completar o programa a parte artística. Não sei se mostro o filme “Passadouro”, de Torquato Neto, ou convido meu amigo poeta Heleno Alexandre para cantar alguns versos de sua autoria sobre seu conterrâneo de Sapé. O certo é que estarei com o professor Idalmo neste sábado, dia 2 de novembro, na Rádio Tabajara da Paraíba, no programa “Alô comunidade”, para falar do poeta de Sapé que ficou conhecido por sua obsessão pela morte e por sua retórica delirante, criativa e indicativa de sua perturbação interior. Mas o “filho do carbono e do amoníaco” também foi um filósofo do lado bom da humanidade, como a esperança. “A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança”, disse o poeta sapeense.


É baseado nesse sentimento que é a segunda das três virtudes teologais que eu programo um filósofo e pensador para falar no rádio e proferir conferência em minha terra, uma cidade como as demais deste país, tomada pela estupidez da indústria cultural. No rádio, como na TV aberta, a preferência é para a programação rasteira, de má qualidade, que deseduca as massas. Como tenho alguma esperança em que será possível um dia reverter esse quadro desolador, é que dou oportunidade a que um poeta nos aponte as fronteiras sagradas da arte e da poética místico-religiosa científica daquele que, a despeito de ter cantado tanto a morte, verseja no caminho da espiritualidade da matéria, conforme a teoria do meu eterno professor Idalmo.

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